Projeto de Atenção Ampliada à Saúde: 20 anos de desafios e possibilidades
PAAS: 20 anos de desafios e possibilidades 33 Segundo Azevedo (2012), faz-se necessária a constituição de espaços coletivos de discussão e deliberação, para que assim se faça possível o questionamento das relações de poder em que haja a pos- sibilidade da corresponsabilização. No PAAS, isto se faz possível, na medida em que a equipe discute, delibera e se organiza para dar conta de demandas da instituição. Temos a prática de organizar comissões responsáveis por determinadas tarefas do serviço, como, por exemplo, a seleção semestral de estagiários, publicação dos cadernos, formação continuada e organização de jornadas internas e externas. Ceccim e Feuerwerker (2004), afirmam que poderíamos con- siderar inovadoras as experiências de qualificar as ações em saúde e que articulassem, ao mesmo tempo, os gestores, formadores, usuários e estudantes. Apesar das buscas constantes de fomento da participação de toda a equipe, temos como desafio institucional promover a maior inserção de estagiários nestes espaços de discussão. Visto que o núme- ro de estagiários é grande, em torno de cinquenta, atualmente só é pos- sível a participação nas reuniões dos representantes destes. Tudo que é discutido nas reuniões de equipe é levado para os demais, que realizam semanalmente sua própria reunião, com o intuito de pensar questões específicas do lugar de estagiário que ocupam. Como tentativa de promover um espaço mais abrangente, men- salmente ocorre a reunião geral em que todos os integrantes do PAAS participam. Estas também são reuniões de discussão e deliberação so- bre questões importantes do serviço. O objetivo é buscarmos soluções criativas para os dilemas encontrados. E estes desafios são muitos, na medida em que nos deparamos com um serviço complexo: um servi- ço escola com todas as questões de ensino aprendizagem envolvidos e um local de atendimento em saúde à população vulnerável de São Leopoldo. Outro desafio colocado é trazer o usuário para esse espaço de discussão e deliberação. Como propõe Azevedo (2012), o trabalho de gestão requer a incorporação permanente de novos sujeitos nas lutas pelas mudanças setoriais. Isto fortaleceria a democracia institucional, na medida em que incorpora o usuário como sujeito de mudança, ha- vendo uma valorização do seu papel nos serviços. Atualmente existem movimentos de aproximação do usuário com o serviço, como é o caso das pesquisas em que avaliam a satisfação
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