Projeto de Atenção Ampliada à Saúde: 20 anos de desafios e possibilidades
PAAS: 20 anos de desafios e possibilidades 23 Os núcleos enquanto espaços operacionalizam as práticas de atenção e a formação acadêmica, em 2013, fizeram parte de um novo desenho do serviço em que ocuparam um lugar político importante: trazer à oficialidade e para um mesmo nível de participação no PAAS diferentes práticas, na continuidade da ampliação do cuidado em saúde. Dar visibilidade e legitimidade a ações que, por vezes, eram realiza- das no intervalo dos tempos, na sobra das energias ou pelas disponi- bilidades pessoais mudou a “cara” do projeto. O PAAS se apresenta a partir dos núcleos como uma proposta que assume a complexidade e as diferentes forças presentes na construção da saúde na sua própria estrutura. Ou seja, os tempos, as energias, os conhecimentos, os corpos precisariam ser distribuídos, produzidos na relação com estes diferen- tes lugares do serviço. Mas agora, neste verão de 2016, avaliando e planejando, emba- lados por todas as questões já demonstradas e a vontade de mudar, os núcleos como forma de organização do serviço também se colocam em questão. Não favorecem a circulação; mesmo sem ser seu objeti- vo, na relação com a demanda cotidiana se apresentam como novos campos individualizados; mesmo a partir do encontro interdisciplinar, os núcleos institucionalizam-se como novas “disciplinas”, não mais profissionais, mas definidas pela sua responsabilidade e especificidade no PAAS. Tratava-se de um momento de vertigem... chegamos frente ao abismo... será necessário reinventar-se para continuar. Reinventar-se significaria lidar com aquilo que não está, mas sim com o devir, com a inconstância de um serviço sem forma definida, e experimentar a an- gústia de um processo que inventa no mesmo tempo que vive. Dúvidas inquietantes estavam colocadas. Precisávamos estar sensíveis à necessidade de novas formas, novos contornos.... Ao mes- mo tempo, a Universidade se tornou sensível a algumas das necessi- dades estruturais do PAAS. O movimento dos estagiários, materiali- zado em carta dirigida aos Coordenadores dos Cursos de Graduação (Enfermagem, Nutrição e Psicologia) e que contou com o apoio da Unidade Acadêmica de Graduação – UAGRAD resultou em novos aparelhos de ar condicionado para o serviço. Tínhamos, no início de 2016, ares mais refrescantes circulando e, concomitantemente, trabalhávamos na elaboração de maiores e me- lhores possibilidades de formação e intervenção. Buscávamos experi-
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