Projeto de Atenção Ampliada à Saúde: 20 anos de desafios e possibilidades
22 PAAS: 20 anos de desafios e possibilidades cas, nas três áreas, não possuem a mesma importância que a prática de atendimento individual. Portanto, faz-se necessário equilibrar as ativi- dades, passando inevitavelmente pelo debate sobre qual o conceito de clínica que embasa essas práticas. Estando a prática individual e a clínica que se busca em pauta como algo que deve ser desnaturalizada e ressignificada na relação com outras práticas – sem abdicar de sua presença na formação -, emergem dois conceitos princípios que, junto com acolhimento e interdisciplina- ridade, já estavam presentes no nosso horizonte, mas necessitavam ser afirmados: clínica ampliada e grupalidade. Assim, assume-se como conceitos transversais que se colo- cam como princípios tanto para o atendimento à população quanto para formação profissional no serviço: rede , acolhimento , interdisciplinari- dade , grupalidade e clínica ampliada. A atenção para equilibrar as experiên- cias e conhecimentos da equipe de técnicos, professores e estagiários em relação a estes conceitos que também são ferramentas teóricas 4 (FOUCAULT, 1996) presentes na relação com o campo da saúde co- letiva resultou em um primeiro desenho: existiam estratégias já con- solidadas do PAAS como as supervisões disciplinares e interdisciplina- res. Teríamos que instaurar como estratégia fundamental para que as práticas cotidianas sejam constituídas por estes princípios a formação continuada. Práticas estas que também passam a ser consideradas es- tratégias que se desdobram nas ações do serviço, que já estavam sendo realizadas e poderiam vir a desenvolver-se 5 . Com esta perspectiva preliminar, outra questão se impõe: será a estrutura do PAAS o melhor desenho para acompanhar os movimen- tos que gostaríamos de realizar? Teria condições de abrigar a transver- salidade necessária na composição da implicação coletiva e interdisci- plinar com os princípios? 4 Esta concepção propõe uma concepção da teoria como uma ferramenta que ope- ra na realidade e portanto, é uma prática, não uma re(a)presentação da ação. 5 Vivências na rede; grupos de violência doméstica; visitas domiciliares; intercon- sultas; monitoramento e avaliação; microrrede; estudos de caso; casos de referên- cia; acolhimento individual, grupos terapêuticos; atendimentos individuais; acolhi- mento institucional; perícias, grupos de promoção à saúde; grupos de sala de es- pera, oficinas; produções escritas, mediações, assessorias; acolhimento e recepção de usuários; acolhimento e recepção de estagiários, seminários teóricos; seminários do PAAS, produção de artigos, produção de pesquisas; reuniões gerais; reuniões de equipe; reuniões de estagiários; interface com atividades acadêmicas de graduação interface com atividade de pós-graduação lato e stricto sensu...
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