Projeto de Atenção Ampliada à Saúde: 20 anos de desafios e possibilidades

20 PAAS: 20 anos de desafios e possibilidades avaliações, as críticas e as sugestões, para organizarmos o processo re- flexivo sobre o serviço. A partir daí, identificamos algumas questões importantes. Iniciamos pelo fluxo vinculado à composição e manutenção dos grupos interdisciplinares e psicoterapêuticos que já estava colocado como uma proposta do PAAS há algum tempo. Inicialmente avalia-se que as últimas medidas para garantir certo fluxo dos grupos em relação à coordenação junto aso estagiários tinham surtido algum efeito dimi- nuído o impacto da troca de estagiários a cada semestre. Mesmo assim esta situação não conseguia superar a descontinuidade ou dificuldade de implantação de novos grupos. Havia necessidade de maior proximi- dade e atuação conjunta entre O Núcleo de Acolhimento Permanente e o Núcleo de Práticas Grupais. A princípio porque o Acolhimento é uma prática que se faz em grupo e busca, já há algum tempo, constituir-se como um espaço de intervenção grupal e não somente uma técnica de recepção dos pacien- tes. O dispositivo grupal como uma forma de ação no acolhimento é uma característica própria do serviço. Em nosso caso, trata-se de um dispositivo terapêutico na medida em que o que ecoa a partir do discur- so do outro no grupo é compreendido como interventivo e, portanto, como algo que pode beneficiar o usuário, já neste primeiro encontro com o serviço. A partir disso, o grupo pode potencializar sentimentos como solidariedade, reciprocidade e identificações, que vão colaborar para que o usuário construa autonomia e, com isso, torne-se protago- nista neste processo (ZARA, 2008; CASTRO; RUSCHEL; RIVERO, 2015b). Também pelo seu papel estratégico no possível encaminhamen- to dos acolhidos para os grupos existentes é fundamental conhecê-los bem, seus objetivos e condições de ingresso. Talvez a distância estives- se implicada na não produção da demanda para os grupos e, portanto, suas dificuldades de constituição e continuidade. O Núcleo de Práticas Grupais precisava também investir nesta proximidade, deixando-se co- nhecer, tornando-se visível ao acolhimento assim como auxiliando no encaminhamento daqueles que poderão vir a ser os integrantes dos grupos. Mais duas questões sobre o Acolhimento que surgiram foram a perda do seu caráter de processo contínuo como era desejado e a difi-

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