Projeto de Atenção Ampliada à Saúde: 20 anos de desafios e possibilidades

104 PAAS: 20 anos sonhando juntos As pautas iniciais giravam em torno das questões administra- tivas, que foram muitas, considerando a precariedade das instalações, em especial as da Psicologia e da Nutrição. Num segundo momento, e com maior dificuldade, iniciamos as discussões em torno da meto- dologia de trabalho, o como funcionaríamos e, obviamente, criar uma identificação do “serviço”, tendo como principal objetivo dar a devida visibilidade. Para isso, tínhamos palavras soltas: saúde, interdisciplina- ridade, clínica, promoção, prevenção, etc. Precisaríamos de mais alguns encontros para decidir, coletivamente, que a denominação mais apro- priada seria Programa Interdisciplinar de Promoção e Atenção à Saúde (PIPAS). Tínhamos um Prumo, logo, poderíamos ter o Pipas. Nesse momento, as alunas e os alunos não participavam das discussões. Isso foi ocorrendo de forma gradativa até o momento em que definimos a segunda-feira como o dia do encontro ampliado, com dois momentos distintos: primeiro, a reunião da equipe interdisciplinar dos professores; e segundo, o encontro com a participação dos esta- giários, monitores e voluntários. Essa organização foi se modificando ao longo do tempo, até tomar a forma de assembleia. Entretanto, em função dos atropelos, uma pergunta se repetia: qual seria o melhor es- paço deliberativo? Assim, efetivamente, foi a partir de 1996 que desencadeamos o processo de transformação, quando as discussões passaram a se dar num espaço interdisciplinar. Lembro-me de três tarefas que logo nos impusemos: 1) realizar o diagnóstico da situação, que incluía os recursos da equipe e as condições materiais, com especial atenção para o espaço físico, como apontado acima; 2) pensar a organização do trabalho interdisciplinar; e 3) rever o relacionamento com comu- nidade, usuários e rede assistencial. Para cada uma dessas “tarefas”, pensamos algumas estratégias, como: discussões internas, reuniões com serviços externos, públicos e privados, com a rede de profissio- nais, em especial, egressos da Unisinos, e a realização de atividades abertas à comunidade. As atividades abertas eram, em regra, vistas com reserva. O deslocamento para outras formas de intervenções, “menos clínicas”, como diziam alguns, era mais difícil e nem sempre contava com a co- laboração integral da equipe. Recordo-me de uma dessas atividades, quando reunimos mais de 150 pessoas da comunidade em geral e usuá-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz