Projeto de Atenção Ampliada à Saúde: 20 anos de desafios e possibilidades

PAAS: 20 anos sonhando juntos 101 político-pedagógicos dos cursos de graduação. Movimento que ocorria na Universidade desde o início da década de 90, e que se intensificou após a aprovação da Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Base da Educação) (BRASIL, 1996), que propôs as diretrizes curriculares em substituição ao currículo mínimo. Assim, precisávamos fazer as devidas adaptações às diretrizes. Qual seria o papel da extensão nesse contexto de mudança? Guardadas as peculiaridades de como cada curso da área se si- tuava, víamos na extensão as possibilidades de sustentação das mu- danças desejadas para o perfil do profissional de saúde. O que parecia objetivo comum dos professores, pelo menos àqueles que se encontra- vam envolvidos no trabalho das comissões de revisão curricular, era promover o descentramento dos modelos tradicionais que marcavam cada área específica. Sabíamos, e ainda sabemos, como determinadas perspectivas teórico-práticas cristalizam identidades ainda no processo formativo, o que dificultava movimentos de diferenciação, tão neces- sários para produzir mudanças. E onde víamos a possibilidade desse descolamento? No “entre” a universidade e a comunidade. Dessa forma, a extensão viria a colaborar, decididamente, com os objetivos propostos por esses novos projetos pedagógicos. Ou seja, formar um profissional que [...] privilegiasse o compromisso social, político e ético; vol- tado para o trabalho de promoção e atenção à saúde; interes- sado pela investigação; crítico quanto às teorias; atento para as demandas do contexto e da realidade regional; e compe- tente para trabalhar interdisciplinarmente. (Projeto Político Pedagógico do Curso de Psicologia – UNISINOS, 2009). Sintetizo esses objetivos a partir do Projeto Político-Pedagógico do Curso de Psicologia, mas, como indiquei acima, eram objetivos, em grande medida, compartilhados pelos demais cursos da área da Saúde. Para o presente trabalho, onde me reporto à história do PAAS, destaco o trabalho em equipe e a interdisciplinaridade, questões fun- damentais para a formação do e da profissional de saúde em qualquer tempo. É inegável o quanto o PAAS se posicionou, ao longo desses 20 anos, em defesa do trabalho interdisciplinar. Segundo Benvenuti (2000), a história da extensão universitária no Brasil passa pela inserção de universitários da área da Saúde, em

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz