Projeto de Atenção Ampliada à Saúde: 20 anos de desafios e possibilidades
100 PAAS: 20 anos sonhando juntos Fiquei muito feliz com o convite para colaborar na série “Cadernos do PAAS”, ainda mais se tratando da edição comemorativa dos 20 anos do Projeto. Senti-me afetivamente presenteado e agrade- ço muito à equipe. Para tanto, organizei o trabalho sob a forma de depoimento, considerando as minhas implicações com essa história. Evidentemente, permito-me algumas reflexões teóricas, mas não é o objetivo. Aproveito para advertir que, por se tratar de uma narrativa livre, alguns acontecimentos podem não se mostrar cronologicamente precisos. Também me permito mudar de “voz”: da primeira do singular para a terceira do plural, nesse constante e indissociável movimento do singular e do coletivo. Espero contribuir, de alguma forma, com as discussões que o PAAS vem promovendo. Integrei a equipe na fase de implantação do projeto, de 1996 a 2001, tempo suficiente para compreender que a extensão se constitui num espaço privilegiado para a formação, potencializada pelo contato direto com a comunidade, o que ficou patente já em 1995, ano em que fui chamado para colaborar no processo de transformação dos antigos “Serviços da Sede”. O que foi encarado pelos gestores do Centro de Ciências da Saúde (extinto em 2004) como estratégico para toda a área. Nesse momento, uma das questões em pauta era a necessidade de maior aproximação dos cursos de graduação com as atividades de extensão. No caso da Psicologia, além da qualificação que a extensão poderia oferecer às diversas atividades acadêmicas, tais como práticas disciplinares e estágios, o Centro de Ciências da Saúde tinha defini- do que a clínica-escola, obrigatória, localizar-se-ia junto aos programas de extensão. Havia o entendimento de que as trocas com outras áreas de conhecimento ofereceriam maior consistência à formação, além de proporcionar o que, naquele momento, dizíamos ser um diferencial da proposta político-pedagógica da Unisinos. Ou seja, espaço para o de- senvolvimento de práticas que não se restringiam à clínica individual, mas, ampliando-as, para um modelo que se organizasse em torno do trabalho em equipe, da interdisciplinaridade, do atendimento voltado às necessidades da população e, dentro dos limites possíveis, se articu- lasse com as redes de assistência do território. Questões que já estavam presentes na agenda da extensão. Logo, a importância estratégica dessa mudança, referida acima, tinha muito a ver com as discussões em torno das revisões dos projetos
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