Grupalidade em um serviço escola: multiplicidades de um fazer cotidiano
76 Grupo de Treinamento de Pais: um relato de experiência O grupo de treinamento de pais parte do Núcleo de Práticas Grupais do PAAS e foi ofertado às mães e pais que tinham interesse em melhorar sua relação com os filhos. O grupo realizado possuiu um caráter estruturado (BIELING; MCCABE; ANTONY, 2008), com ob- jetivos específicos, que foram trabalhados ao longo dos encontros. Procedimentos O grupo ocorreu com uma frequência semanal, com duração de 1h por semana. O projeto condutor do grupo de pais, estruturado para a acolhida dos mesmos no serviço, utilizou a estrutura propos- ta por Marinho (2005), de um grupo de treinamento de pais com 10 encontros estruturados, com foco na identificação dos comportamen- tos-problema para a relação dos pais com os filhos, na psicoeducação dos participantes sobre as consequências de reforço e punição destes comportamentos, no reforçamento diferencial de comportamentos saudáveis e na promoção de empatia dos pais pelos filhos. Esta es- trutura está de acordo com diversas produções sobre o treinamento de pais. (COELHO; MURTA, 2007; LABBADIA; CASTRO, 2008; PINHEIRO et al., 2006; PINHEIRO; HAASE, 2012). Materiais ilus- trativos foram elaborados para auxiliar na psicoeducação sobre a teoria comportamental. Resultados e discussão Ocorreram 11 encontros entre o período de abril e julho de 2015. O grupo teve início com três mães, atingindo seu maior número de participantes no 3º encontro, quando estiveram presentes seis mães. O grupo finalizou com a participação efetiva de 4 mães. Destas, duas mães participaram de todos os encontros e duas faltaram apenas a um encontro. Também houve duas desistências: uma mãe por não se sentir à vontade no grupo, optando por permanecer apenas em atendimento psicoterápico individual, e outra mãe por ter enfrentado dificuldades para sair do trabalho em tempo de chegar aos encontros. As principais demandas estavam relacionadas à empatia insufi- ciente (e.g., imaginar-se no contexto do filho e compreender seu com- portamento) e ausência de comunicação clara e direta com os filhos (e.g., pouca especificidade, clareza e assertividade nas conversas com as crianças), às dificuldades das mães de impor limites (e.g., diminuir comportamentos passíveis de punição), bem como dos filhos em se- guir regras.
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