Grupalidade em um serviço escola: multiplicidades de um fazer cotidiano
Natália Heloisa das Dores e Michele Scheffel Schneider 65 a apresentação dos demais integrantes; 2) Segundo momento: Escolha do conto; narração; socialização das impressões sobre a história; 3) Terceiro momento: O grupo opta pela atividade a ser realizada a partir da narração (desenho, teatro, produção com massa de modelar, entre outros). A Oficina de Contos ocorreu na sala de Gesell da institui- ção, permitindo assim que uma equipe composta por professores e estagiários realizassem a observação e, logo após discutissem sobre a atividade. Nesta sala haviam almofadas e brinquedos variados. A co- ordenação da Oficina foi realizada por duas estagiárias de psicologia e supervisionada por uma psicóloga. Outros alunos interessados pela proposta tinham a possibilidade de observar os atendimentos através da sala de espelho e contribuir como observadores. Durante a prática supervisionada, realizada logo após o término da oficina, se discutia sobre as impressões e percepções dos estagiários coordenadores e ob- servadores, avaliava-se os movimentos realizados pelas crianças (tanto individuais como grupais), bem como discutia-se sobre os comentários e indicações de leitura apontados pela supervisora, o que configurava um espaço favorável para a articulação teórico-prática, necessária para a formação em psicologia. A experiência vivida Participaram dos encontros oito crianças: Guilherme 7 (9 anos); Giovana (11 anos); Luan (6 anos); Eduardo (9 anos); Maria (3 anos); Estela (7 anos); Adriano (9 anos) e Nara (8 anos), acompanhados de, pelo menos, um de seus cuidadores. No primeiro encontro as crianças posicionaram-se nas almo- fadas juntamente com as coordenadoras, enquanto os cuidadores pre- feriram os sofás. Como exceção, Guilherme e Giovana optaram por sentarem-se junto a seus cuidadores nas poltronas, necessitando de uma proximidade física com eles. Isso nos remeteu a história deles na família, que indicava, por um lado, infantilização e dependência e, por outro lado, cobrança excessiva de maturidade fazendo com que eles deixassem de lado o infantil próprio da sua idade. Diante da proposta de apresentação houve certo constrangi- mento por parte das crianças e dos cuidadores, que aos poucos foi sendo superado. Guilherme demonstrou maior resistência e, embora seu pai tenha insistido, não conseguiu se apresentar. O pai de Luan e Eduardo, por sua vez, estimulou-os a participar e, em determina- 7 Nomes fictícios, preservando a identidade das crianças.
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz