Grupalidade em um serviço escola: multiplicidades de um fazer cotidiano
44 Supervisão em grupo: ensino aprendizagem em psicoterapia. Relato de experiência o paciente que em algumas situações a sessão se transforma em um monólogo! Levamos um tempo até nos darmos conta de que não se trata do quanto lembramos, mas sim como e o que fica registrado em nossa dialogada e nisso as colegas com mais experiência ajudam muito. A supervisora sugere, corrige e faz apontamentos com relação à técnica, avalia a relação terapêutica e indica alternativas de encami- nhamento ao tratamento, sendo que averigua junto ao grupo o que o mesmo considera a respeito do que se passa. As colegas, na medida em que se sentem confortáveis, também fazem apontamentos sobre o trabalho que vem se realizando. A “dialogada” proporciona que todas possamos aprender e refletir sobre a nossa prática de trabalho, através da experiência que está sendo apresentada e também, através daquilo que pode ser construído a partir das contribuições trazidas pelo grupo. Passado o tempo da dialogada, cada uma de nós traz o relato verbal de apontamentos de um dos atendimentos da semana. No setting , a escuta do paciente, através da atenção flutuante, e sua transferência está em primeiro lugar. Nós estagiárias/terapeutas nos tornamos aos poucos capazes de trabalhar com os aspectos inconscientes, passando a trabalhar com os sentimentos transferenciais em nós depositados, bem como as próprias contratransferências. Nesta vivência grupal, quando estamos supervisionando algum atendimento, supervisora e estagiárias procuram fazer com que a colega que está relatando seu caso possa entender e conectar-se com a impor- tância de seus sentimentos. Buscando assim, auxiliá-la a identificar qual ou quais sentimentos encontram-se presentes no processo psicotera- pêutico, pois assim vamos aprendendo a identificar e a utilizar nossas ferramentas de trabalho, uma vez que “O entendimento da transferên- cia e da contratransferência é uma importante via de compreensão das relações de objeto e do mundo interno do paciente”. (ZASLAVSKY et al., 2003, p.304). Na última quarta-feira do mês há uma hora e meia dedicada a um seminário teórico previamente escolhido para questões que neces- sitam de aprofundamento. Nas discussões, as associações com os casos em atendimento são muitas, encontrando-se aí também uma oportu- na e necessária alternativa para a formação em curso. Ferreira Neto e Penna (apud KISCLER; SERRALTA, 2014) indicam que formação teórica e a formação pessoal são complementares e essenciais para a formação do estudante, tratando-se de uma concepção ética da prática, adquirida ao longo do curso.
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