Grupalidade em um serviço escola: multiplicidades de um fazer cotidiano

40 Supervisão em grupo: ensino aprendizagem em psicoterapia. Relato de experiência A supervisão grupal proporciona também, que todos os inte- grantes possam aprender através da vivência dos colegas. Assim, quan- do um dos integrantes apresenta o caso do seu paciente, para ser super- visionado, todos aprendem com as orientações recebidas, pois apren- der é também vivenciar sua experiência, tirando da própria vivência o conhecimento. (LÉXICO, 2015). Os movimentos que ocorrem durante um processo terapêutico, de ordem consciente e/ou inconsciente, tanto do paciente quando do terapeuta, têm uma enorme sutileza que muitas vezes é difícil para o psicoterapeuta-estagiário dar-se conta. Desta forma, os feedbacks que o grupo de supervisão oferece para o aluno/colega, possibilitam novos rumos no tratamento do paciente, dando por vezes outra visão quanto à perspectiva dinâmica do paciente, intervenções realizadas, e como o tratamento está ocorrendo. Esta importante contribuição do grupo (supervisor e colegas) vai ajudando o aluno a construir sua forma de trabalho, de acordo com sua maneira de ser. (WATKINS JR., 1997). Trata-se, de acordo com Safouan, (apud MARCOS, 2012, p. 870) de “aprender a aprender com sua própria experiência”. Nossa experiência No PAAS, a supervisão ocorre em grupo, o que é uma escolha do serviço, mas a mesma tem sido mantida desta forma como opção essencialmente feita por nós, estagiárias, que reconhecemos a relevância desta forma de trabalho. Carvalho (apud FERNANDES et al., 2004) afirma que em grupo a supervisão enriquece as possibilidades de com- preensão dos processos terapêuticos, contando com uma gama maior de hipóteses sobre as percepções relativas aos processos inconscientes dos pacientes, o que auxilia positivamente para a prática profissional dos integrantes do grupo. Em psicanálise, a supervisão é um elemento essencial na for- mação do analista, assim como, na formação do jovem psicoterapeuta de orientação psicanalítica, e também, em um grupo de psicoterapeutas estagiárias, como é o nosso caso. Este espaço de ensino-aprendizagem coletivo suscita diferentes sentimentos, tanto nas estagiárias quanto na supervisora, pois a relação que se estabelece é primordialmente hu- mana e conta com a comunicação consciente e inconsciente entre as integrantes. (ZASLAVSKY et al., 2003). A supervisão de orientação psicanalítica do Núcleo de Práticas Individuais possui, atualmente, cinco estagiárias do Estágio Profissional

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