Grupalidade em um serviço escola: multiplicidades de um fazer cotidiano
38 Supervisão em grupo: ensino aprendizagem em psicoterapia. Relato de experiência metapsicologia. E, que, mesmo que a psicanálise tenha se ampliado des- de Freud, nenhuma prática pode denominar-se psicanalítica se excluir as noções de inconsciente, transferência, pulsão, resistência e repetição, as quais permitem o exame dos limites e possibilidades de uma práxis cujo rigor é pautado tanto pela consideração à singularidade como pela exigência da formalização. Sem essas noções e o trabalho de supervisão relativo às mesmas, a prática do psicoterapeuta em formação ou, no nosso caso, das estagiárias, se guiaria pela mera intuição e pelo senso comum, quando não pela manipulação sugestiva. Complementando, a mesma autora (2005) ainda coloca em destaque, as dimensões técnica e ética em psicanálise. As noções anteriormente referidas vêm sendo trabalhadas para o desenvolvimento de competências em nosso processo formativo para nos tornarmos psicoterapeutas, através da vivência grupal expe- rienciada na supervisão, por meio de diferentes modalidades técnicas. Entre elas: relato das sessões de atendimento dialogadas, relatos verbais dos atendimentos, seminários teóricos, o exercício da escuta grupal dos relatos e as discussões sobre as diferentes possibilidades de condução do seguimento dos atendimentos, destacando-se a interação entre to- das integrantes, principalmente quanto aos sentimentos frente aos de- safios desse novo lugar. A prática da supervisão surge a partir dos primeiros psicanalistas que discutiam seus casos com Freud, antes da supervisão se tornar institucionalizada. “O pedido de supervisão vinha dessa necessidade de compartilhar com um analista mais experiente as dificuldades encontradas na prática, para tentar superá-las”. (MARCOS, 2012, p. 862). Marcos (2012) salienta que desde Freud, a supervisão integra um dos três elementos fundamentais à formação do analista, e se insere no contexto universitário como uma modalidade de ensino da clínica. Os outros pilares seriam o tratamento pessoal e os conhecimentos teó- ricos. A supervisão oferece meios para que o psicoterapeuta desen- volva suas habilidades de trabalho, de acordo com os limites da sua personalidade, onde cada psicólogo terá a sua forma de agir, usando técnicas básicas deste modelo de clínica, para assim melhor tratar o paciente, variando de acordo com a necessidade de cada um, dentro de uma relação terapêutica. (SILVA, 2003).
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