Grupalidade em um serviço escola: multiplicidades de um fazer cotidiano

Alana Hoffmeister, Daroixa Luft, Patrick Deconto e Patrícia Arnhold 31 os sujeitos, sendo assim, supõe-se que poderá ser estruturado em di- versos serviços de saúde, de diferentes formas. O mesmo autor ressalta que esse trabalho vivo no ato determina o trabalho que se expressa através das relações, no encontro entre as subjetividades, e por isso, é imprevisível, o que nos permite novas formas de agir. Assim, o núcleo de acolhimento permanente busca manter-se em constante movimento, mostrando-se aberto para repensar a sua prática a partir dos saberes, da escuta e da aceitação daquilo que pro- duz na relação com o usuário. Por isso, estamos em constante modi- ficação, nos reinventando a cada momento. (BURZLAFF; CASTRO, 2014). Entendemos que o trabalho realizado pelo grupo de acolhe- dores promoveu muito mais do que a escuta dos usuários, possibilitou também a promoção da saúde destes, que muitas vezes, esperam muito tempo na lista de inscrições até serem atendidos ou até que consigam, de fato, um atendimento para as suas demandas.  A prática nesse nú- cleo, que teve uma proposta de ser desenvolvida em um grupo for- mado por agentes de diferentes áreas, possibilitou a troca de saberes, que com o tempo acabamos compartilhando entre nós, fato que, nos permitiu enxergar o usuário com diferentes olhos e perspectivas. Não temos a pretensão de esgotar esse assunto, nem de consi- derar este trabalho completo, apenas queremos compartilhar e registrar essa experiência que em nós provocou vários sentimentos e proporcio- nou ensinamentos que levaremos para nossa vida profissional. Bondía (2002) já dizia que um componente fundamental da experiência é a capacidade de transformação e de formação do sujeito, pois somente ao experienciar permitiremos e daremos abertura para que algo em nós possa se transformar. Também entendemos que nenhum acolhimento é igual ao ou- tro, nenhum grupo de acolhedores terá a mesma vivência que o outro, assim como nenhuma experiência repetível. O que se repete é o expe- rimento. Sendo assim, essa foi a nossa experiência de transformação e de formação no experimento que é o acolhimento, e da mesma forma, acreditamos que vivenciar esse espaço também pode causar transfor- mações nas pessoas que por ele passarem e naqueles que, por ele, ainda passarão.

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