Grupalidade em um serviço escola: multiplicidades de um fazer cotidiano

26 Espelho, espelho meu, existe alguém ‘que precise mais de ajuda’ do que eu? res – estagiários – fazem a acolhida junto aos usuários e o restante do grupo de acolhedores fica do outro lado da sala de espelho potenciali- zando o trabalho de acolher do PAAS. Falamos em potencializar, pois uma acolhida construída coletivamente tem o objetivo de compreender e acolher as necessidades de cada usuário de forma a pensar, a partir disso, no melhor encaminhamento àqueles que procuram o serviço. Quando o encontro do acolhimento encerra, o grupo de aco- lhedores reúne-se em uma sala para conversar e debater sobre os casos. A discussão tem como objetivo compreender melhor as situações e relatos que foram trazidos pelos usuários acolhidos, para que assim, se consiga construir um encaminhamento mais potente, seja ele no PAAS, através dos atendimentos individuais e/ou grupais, ou na rede de saú- de, educação e assistência social do município de São Leopoldo, bem como, de projetos do Centro de Cidadania e Ação Social da Unisinos – CCIAS. O acolhimento realizado por um grupo interdisciplinar é visto como um dispositivo para potencializar as trocas e enriquecer as dis- cussões. (GRANGEIRO, 2013), que irão culminar em alternativas de encaminhamentos que serão devolvidas e debatidas com cada usuário. A maior parte da demanda que chegou até o núcleo, neste pe- ríodo, teve origem da lista de inscritos junto à secretaria do serviço em data específica. A inscrição acontece bimestralmente em uma data divulgada pela secretaria. O usuário comparece na secretaria na data pré-agendada para a inscrição e registra o seu interesse em receber o atendimento que naquele momento considera necessário (psicologia, nutrição e/ou enfermagem). Assim que passar os dois meses do cadas- tro, encerra-se a lista anterior e se faz um novo cadastro. Desta forma, o usuário que não foi chamado – devido ao elevado número de inscritos – e ainda tiver o interesse em receber o atendimento deverá, novamen- te, comparecer ao PAAS e fazer uma nova inscrição. No que se refere à motivação pela procura dos atendimentos, observa-se que existem usuários que realizaram busca espontânea e ou- tros que chegaram até o PAAS, a partir de recomendação, especialmen- te, de instituições ligadas à assistência social, educação, saúde e também de projetos do CCIAS. Estas listas, geralmente, contêm um público variado, estando inscritos tanto crianças quanto adultos e idosos, de possibilitando a observação e a escuta pelo grupo de acolhedores, dos usuários que estão sendo acolhidos. Deste modo, o grupo de acolhedores auxilia a dupla de estagiários que estão junto com os usuários, com anotações nos prontuários e na discussão dos casos, após o acolhimento.

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