Grupalidade em um serviço escola: multiplicidades de um fazer cotidiano
24 Espelho, espelho meu, existe alguém ‘que precise mais de ajuda’ do que eu? Introdução A Política Nacional de Humanização – PNH – descreve que muitas são as dimensões que nós profissionais da saúde estamos en- volvidos, produzir saúde talvez seja o termo que resume melhor nos- so compromisso com as pessoas que encontramos pelos caminhos da nossa vida profissional. (BRASIL, 2010). Franco, Bueno e Merhy (1999) acreditam que através do encon- tro de um usuário e um trabalhador da saúde 5 , deveria se produzir um trabalho vivo no ato, no qual vínculos são constituídos, uma relação de escuta é produzida, juntamente com o compromisso e a responsa- bilidade com aquele sujeito, que são confirmados no movimento de acolher o seu sofrimento. Desta forma, podemos entender acolhimen- to como um ato de inclusão, pois busca contribuir para a dignificação da vida e do viver, potencializando o protagonismo, o reconhecimento do outro e a vida nos diferentes encontros (BRASIL, 2010). Guinón (2002), também afirma que acolhimento pode estar relacionado com a maneira que cada um se afeta ou deixa ser afetado na relação que se constitui no contato e na relação com o outro. Segundo a PNH, no acolhimento é importante que se adote uma postura ética na escuta integral do usuário, em relação às suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saú- de/adoecimento e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes. (BRASIL, 2006). Diante disto, Coimbra (2003) ressalta que acolher é um compromisso de res- ponder às necessidades que os cidadãos procuram nos serviços de saú- de. Assim também, no PAAS, o Núcleo de Acolhimento é constituído como sendo um espaço de escuta integral ao sujeito, onde os técnicos, estagiários e professores de forma interdisciplinar e grupal, estarão pensando no que poderá ser feito para melhor atender as necessidades e as demandas dos usuários que buscam o serviço. O Núcleo de Acolhimento Permanente é a porta de entrada do serviço no PAAS. É um núcleo interdisciplinar que visa acolher as pessoas que fazem o cadastro e estão interessadas no atendimento de nutrição, psicologia e/ou enfermagem. É visto como uma proposta de reorientação da atenção à saúde e vai muito além da simples entrada do usuário ao serviço. (HENNINGTON, 2005). 5 Podemos definir como trabalhador da saúde desde o médico até o porteiro da instituição de saúde.
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