Grupalidade em um serviço escola: multiplicidades de um fazer cotidiano
Lígia Hecker Ferreira 15 ... As ampliações que o trabalho com grupos pode promover em um serviço escola Lígia Hecker Ferreira 1 RESUMO: Este artigo parte da indagação do que queremos produzir no trabalho com grupos num serviço escola em tempos de individua- lismo. Traz alguns questionamentos, desafios e aprendizagens que a proposta de ampliação do trabalho com grupos pode promover na ex- periência de grupalidade e de vivência do comum na equipe e em espe- cial nos estagiários, visto que esses são os coordenadores e terapeutas dos grupos existentes no Projeto. Palavras-chave: Grupalidades; equipe de saúde; grupo dispositivo; es- tagiários-coordenadores. Quando nos propomos a trabalhar com grupos, me parece fun- damental que possamos nos colocar algumas questões já que operar grupos é um trabalho geralmente enunciado por diferentes trabalha- dores - da saúde e de outros campos - como uma prática difícil. Nos discursos que consideram esta dificuldade são usadas como justificati- vas que “as pessoas não querem estar em grupos”, que “os grupos não funcionam, são superficiais”, e, muitas vezes, são experiências narradas com muito desânimo e descrédito. Então, neste contexto, perguntamo- nos para que fazer grupos num Serviço Escola? Com quais objetivos? O que queremos produzir? Poderíamos responder afirmando que é para atender uma de- manda maior de pacientes em menor tempo e com menor custo; para oportunizar que as pessoas compartilhem e se tratem, entre si, atra- vés dos processos identificatórios e especulares; para oportunizar que os alunos experienciem e aprendam a coordenar grupos. Estas talvez sejam algumas das respostas que daríamos e, também, são respostas 1 Psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica PUCSP, Supervisora da Clínica Escola e Professora de referência em psicologia do Núcleo de Grupais. ligiah@unisinos.br
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