Os desafios da prática interdisciplinar em um serviço escola
Adriana Mello Severo, Letícia Fialho Ruschel e Márcia Rieth Uber 93 Pensando em alguns dispositivos Rios (2009), ressalta a criação de espaços de discussão para se pensar e decidir coletivamente sobre a organização do trabalho, envolvendo gestores, usuários e trabalhadores em grupos com diversas formações; a criação de equipes transdisciplinares efetivas que sustentem a diversidade dos vários discursos presentes na instituição, promovendo o aproveitamento da inteligência coletiva. A autora sugere algumas ferramentas como as pesquisas de satisfação dos usuários e dos trabalhadores ou as pesquisas de clima institucional e de fatores psicossociais do trabalho podem ser bastante úteis para certos diagnósticos institucionais e para o planejamento da ambiência (ambiente físico, social, interpessoal) e da organização dos processos de trabalho. Observa-se que o PAAS passa por um processo de reavaliação de diferentes questões relacionadas às suas formas de gestão e parece que existe uma disposição para novos projetos e grupos de trabalho. Entre esses o tema da avaliação institucional, sem dúvida, se encontra contemplado, pois imagina-se que é de interesse de um Serviço Escola como o PAAS integrar novos modos de participação de seus trabalhadores e usuários, como sujeitos ativos no processo de gestão. A avaliação de satisfação de usuários em saúde deve ser valorizada, como parte dos estudos das relações interpessoais no âmbito dos serviços de saúde e como instrumento de controle social (ESPIRIDIÃO; TRAD, 2006). A proposta, no caso do PAAS é de se repensar seu processo de avaliação. Uma metodologia avaliativa que promova a gestão-participativa de seus trabalhadores e usuários. A importância, também, da avaliação dos serviços do PAAS, junto à Rede de Saúde, Assistência e Educação do município pode auxiliar este serviço escola a determinar de forma mais clara qual o seu lugar e papel nesta Rede. Pode-se pensar em algumas possibilidades como a escolha de uma representatividade dos usuários, nos diferentes espaços da gestão do serviço. A organização de seus trabalhadores também representados vai propiciar a inserção dos mesmos nos grupos de trabalho em planejamento, ações e avaliação do PAAS. No caso dos Estagiários do PAAS esse exercício já vem sendo feito, com a participação de dois representantes escolhidos, na reunião técnica que acontece semanalmente. A gestão-participativa dos sujeitos de um serviço de saúde pode ser considerada como um direito social destes. Participar politicamente na escolha do tipo de cuidado e do modelo de assistência e promoção que se quer num serviço de saúde, como o PAAS, se traduz por uma dimensão ética e política. Não há como haver projeto de Humanização sem que se leve em
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