Os desafios da prática interdisciplinar em um serviço escola

92 Os usuários com a palavra! esta aceitabilidade representa a aceitação e aprovação de um serviço de saúde por parte de uma população (ESPIRIDIÃO; TRAD, 2006). Através dessa atividade de avaliação foi possível identificar as dificuldades e desafios da mesma. A ideia de avaliar como um ‘ processo ’, um serviço de saúde como o PAAS, deveria estar associada à participação política de seus trabalhadores e usuários. A palavra processo nos remete a um conjunto de ações que se desenvolvem de forma contínua e integrando os sujeitos envolvidos. É legítimo que tanto trabalhadores como usuários estejam participando no conjunto das etapas desde o planejamento, as práticas e a avaliação do serviço. Quando se fala em participação política dos envolvidos em um serviço de saúde é importante trazer a concepção de “Humanização na Saúde”. Para Campos (2005), a Humanização é uma mudança das estruturas, da forma de trabalhar e também dos sujeitos. O trabalho em saúde se humaniza quando busca combinar a defesa de uma vida mais longa com a construção de novos padrões de qualidade da vida para os sujeitos. A humanização reconhece o campo das subjetividades como instância fundamental para a melhor compreensão de problemas e para a busca de soluções compartilhadas. A humanização só se torna realidade numa instituição quando seus gestores fazem dela mais que retórica, um modelo de fazer gestão. Com o Plano Nacional de Humanização, a humanização alcança os processos de gestão e organização do trabalho nos serviços de saúde, e a gestão participativa desponta como modelo eleito para a realização dessa política. Quando falamos em gestão participativa ou cogestão, estamos nos referindo ao modo de administrar que não se basta na linha superior de comando e inclui o pensar e o fazer coletivos (RIOS, 2009). No PAAS esta participação de controle social dos usuários e trabalhadores de saúde, ainda não temsidopossível, por posições institucionais, que se acredita podem ser analisadas e talvez questionadas. Pode-se atribuir a diversos fatores, o modelo de avaliação institucional do PAAS, o fato de ser um serviço ligado a uma instituição de caráter confessional; a indefinição em relação ao tipo de serviço que representa junto das Políticas Públicas de Saúde e da Rede de Saúde; muitos dos profissionais da equipe integram o espaço da academia; a gestão do serviço está centralizada junto à coordenação de curso de uma das áreas técnicas do mesmo; a coordenação do serviço está a cargo de poucos profissionais; além de um modelo de saúde que não é construído através da participação de seus sujeitos, na escolha do tipo de cuidado e do modelo de assistência e promoção que se quer.

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