Os desafios da prática interdisciplinar em um serviço escola
84 Limites e potencialidades no serviço escola – pensando a dimensão política do fazer psi O núcleo de práticas institucionais “tem por objetivo desenvolver metodologias de pesquisa, avaliação e monitoramento das ações do PAAS, proporcionar a inserção e vivência dos estagiários na rede de serviços que atuam no município e acolher demandas constituídas a partir de coletivos organizados. (...) É um espaço caracterizado pela interdisciplinaridade e pluralidade de intervenções.” 3 Além disso, os pedidos de atendimento chegam sem muita definição. São escolas, outros serviços de saúde, projetos que beneficiam populações vulneráveis, entre outros, além de alguns casos, ainda em número menor, para acompanhamento individual.Apartir daí temos encontrosquevãoconstruindo um modo de pensar a clínica, atravessados por todo esse panorama complexo que vai constituindo um caminho possível de intervenção. O serviço começa a olhar para fora, e o fora chega até ele com determinada força, já que explicita as suas fragilidades, e o chama a compor. Um dos lugares possíveis para o estagiário ocupar, a partir do núcleo, é tornar-se referência do núcleo em uma equipe de referência de algum caso. É um lugar novo, porém, potente, pois caracteriza esse modo de exercer a prática dispensando especialismos. Em função da complexidade das situações, assim como para evitar o descompromisso da rede de atenção que pode acontecer com o encaminhamento para atendimento no PAAS, o núcleo organizou uma ação que provoca a constituição de uma equipe de referência para o caso. Ou seja, o acolhimento pelo núcleo somente é realizado a partir do compromisso das instituições envolvidas com a situação em participar de uma equipe de referência responsável pela construção e desenvolvimento de um projeto terepêutico singular, contemplando todas as possíveis ações da rede, não somente aquelas ofertadas pelo PAAS. Pensar um plano terapêutico singular significa chamar os atores envolvidos na história de vida do sujeito, costurar caminhos e criar condições de tratamento por onde ele possa circular, e, para isso, os atores envolvidos também precisam agenciar modos de contribuir para que haja uma rede de apoio para o mesmo. O estagiário de referência do núcleo faz uma espécie de costura, entrando em contato com outras modalidades de atendimento, e chamando a compor outras instituições que estejam envolvidas, ou que passarão a estar, como por exemplo: as escolas, casas de acolhimento, CAPS, família, projetos sociais, etc. Desde esse lugar se amplia a rede de “fazeres” envolvidos no atendimento, não importando qual seja a área desse profissional: se psicologia, enfermagem, nutrição, assistência social, pois, a partir dessa referência, as diferentes instituições e áreas irão conversar e se 3 Documento interno de apresentação do Núcleo de Práticas Institucionais.
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