Os desafios da prática interdisciplinar em um serviço escola

82 Limites e potencialidades no serviço escola – pensando a dimensão política do fazer psi sutilmente de movimentos institucionais mais voltados ao aprendizado e vivências da saúde coletiva, mesmo que como um norte. Esse campo de experimentações e práticas tem o seu valor na medida em que pode oferecer diferentes modalidades de atendimento, para que assim o estagiário possa transitar entre diferentes núcleos. A trajetória vai se tornando mais rica conforme acontecem inserções nos diversos contextos, específicos de cada núcleo, embora eles estejam interligados num fluxo que caracteriza o serviço. Os núcleos de práticas oferecidos pelo PAAS são: Núcleo de Acolhimento Permanente, Núcleo de Práticas Grupais, Núcleo de Práticas Jurídicas e Núcleo de Acolhimento Institucional. Dessa forma é possível experienciar os diferentes lugares do fazer psicológico. Desde aí, os aspectos políticos da prática clínica carecem ganhar relevo em meio a esse trânsito, pois em contextos onde estamos falando de sujeito, ética, estética, subjetividade, saúde, coletivos, e, principalmente de um campo de formação, essa problemática se torna indispensável, no sentido de fazer parte do processo de formação do estagiário. Sob essa perspectiva podemos pensar a finalidade dos serviços-escolas, enfatizando a importância de sua conexão com diferentes campos que o atravessam e o constituem, caracterizando assim, uma formação comprometida com o social. Pode-se entender a finalidade dos serviços-escolas em duas perspectivas fundamentais, a saber, a possibilidade de treinamento de alunos mediante a aplicação dos conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula e a oferta de atendimento à população menos favorecida. O treinamento deve contribuir para a formação de profissionais habilitados e capazes de desenvolver as práticas psicológicas de acordo com as novas realidades e demandas sociais, políticas e culturais atuais. (HERZBERG, 1999 apud AMARAL, 2012, p.38) Psicologia e política ainda aparecem como campos antagônicos, como se a psicologia pudesse se sustentar como uma ciência neutra e a política sendo estritamente relacionada ao campo da militância, “verdades” que necessitam ser desconstruídas e questionadas. Pensar política significa pensar de que lugar praticamos nosso fazer e que sujeito se pressupõe quando falamos de demandas. Estamos falando de um sujeito que contém uma essência, pura, e que traz um sintoma facilmente reconhecido, semelhante a tantos outros, ou estamos falando de um sujeito histórico, que se subjetiva o tempo todo a partir do contexto em que está inserido? Pensar sobre e posicionar-se diante desses questionamentos já diz de um exercício político, pois seja qual for o direcionamento, sempre estaremos falando de uma postura ético-política, por mais que se possa restringir algumas ações especificamente ao campo do

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