Os desafios da prática interdisciplinar em um serviço escola

Deborah B. de Souza, Letícia S. Van Grol, Martha W. B. Ludwig, Andressa H. Bellé e Ledi K.Papaléo 69 individuais,o qual se estende para os espaços grupais, não somente em relação aos integrantes do grupo mas também às coordenadoras, entre si, poder realizá-lo ao final dos encontros é de suma importância. O feedback proporciona o esclarecimento de possíveis mal entendidos, possibilitando pensar junto diferentes formas de atuação sobre determinada situação (BECK, 2013). Havia pouco compartilhamento entre as áreas de saber e o trabalho realizado, que em sua maioria, ocorreu de forma segmentada. Existem diversas definições de interdisciplinaridade na literatura, mas todas apresentam como eixo norteador a integralidade do trabalho. Para Saupe, Cutolo, Wendhausen, Benito (2005), que realizaram um estudo na perspectiva contemporânea, diversas questões estão contempladas na interdisciplinaridade. Dentre estas questões, têm-se: reconhecer a complexidade do objeto das ciências da saúde e consequentemente a necessidade de um olhar plural; ter a possibilidade de trabalhar conjuntamente e ao mesmo tempo respeitar as especificidades de cada disciplina e buscar resolver de forma compartilhada os problemas das pessoas e das instituições, tudo com o objetivo final de obter a integralidade das ações de saúde. Pode-se entender, na experiência deste grupo, que houve o olhar plural e o respeito pelas especificidades de cada área, porém, o trabalho conjunto e a resolução de problemas de forma compartilhada foi algo construído aos poucos. A prevenção e promoção de saúde atuaram como eixos norteadores do trabalho interdisciplinar. Dentro dessa proposta, temáticas como higiene (corporal e do sono), habilidades sociais, psicoeducação sobre o modelo cognitivo (pensamentos, emoções, comportamentos), alimentação saudável foram as temáticas planejadas pelas coordenadoras na tentativa de fazer um trabalho no qual os conhecimentos de suas respectivas áreas pudessem atuar de forma coesa. Diante da definição e da premissa de que o diálogo é essencial para o trabalho interdisciplinar, pode-se pensar que faltaram recursos técnicos, teóricos e interpessoais para que a coordenação desse grupo pudesse atingir plenamente os objetivos propostos. Isso se justifica, parcialmente, por ser uma prática de estágio e que, portanto ainda é um ensaio da prática clínica interdisciplinar. Por outro lado, tais dificuldades são também apontadas por outros autores que falam da prática interdisciplinar como um desafio (LOCH- NECKEL, SEEMANN, EIDT, RABUSKE, CREPALDI, 2009). Diferente da definição do conceito de interdisciplinaridade que visa integração, troca de conhecimentos e incorporação de elementos na

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