Os desafios da prática interdisciplinar em um serviço escola
Isadora Baldi Pastore, Márcia Batista e Lígia Hecker Ferreira 63 muito maiores, pois não envolvem somente a palavra, mas, sim, espaços, atos e corpos. (VOLNOVICH, 1995). Aprender a ler a linguagem daqueles corpos, que no decorrer dos encontros eram menos enrijecidos e mais afetivos, foi uma importante tarefa enquanto coordenação. Certamente existe muito material clínico acerca deste grupo, já que vem desenhando-se de uma maneira muito singular. Inclusive, poderíamos explorar mais os efeitos clínicos individuais, no entanto entendemos que escrever sobre o processo de criação do e no grupo é dar visibilidade a alguns processos e aspectos construídos coletivamente. Processos estes que nos dizem de uma maneira sensível de cartografar os modos de subjetivação destes pré-adolescentes. Mesmo diante de uma certa necessidade da psicologia de se ocupar dos coletivos devido a ampliação do campo de trabalho com a inserção dos profissionais nas políticas públicas vemos muito pouca produção e estudo do campo grupal. Existe uma lacuna importante referente ao estudo de grupos com pré-adolescentes, sendo este um tema pouco abordado e desenvolvido como um dispositivo clínico potente.. Esta cartografia teve como objetivo compartilhar a experiência potente que vimos tendo junto a estes meninos e meninas e ampliar a discussão sobre o tema de grupos com pré-adolescentes, em vista de contribuirmos para problematização deste tema no âmbito nacional . Fato que nos deu uma visão mais articulada da complexidade dos processos que vem entornando esta experiência grupal, os quais estão contribuindo imensamente para nossa formação profissional, em vista do aprendizado e do amadurecimento que nos proporciona como futuras terapeutas. Referências BAREMBLITT, G. Compêndio de Análise Institucional e outras correntes : teoria e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos, 1994. BENEVIDES, R. B.; PASSOS, E. Por uma Politica da Narratividade. In: ESCÓSSIA, L.; KASTRUP, V.; PASSOS, E.(orgs) Pistas do método da cartografia : pesquisa intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2010. BLEICHMAR, E. D. Psicoterapia de grupo de crianças. In: VOLNOVICHJ e HUGUET,C.R. (org) Grupos, Infância e Subjetividade . Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995. CASTRO, M da G. K. TIMMEN, V. F. Formas comunicativas na psicoterapia com adolescentes. In: CASTRO, M. da G. K. & MENIN, M. S. de S. Crianças e adolescentes em psicoterapia – a abordagem psicanalítica . Porto Alegre: Artmed, 2009. DELEUZE, G. Crítica e Clínica . São Paulo: Editora 34., 1997. _______. Conversações (1972 – 1990). São Paulo: Editora 34, 2010.
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