Os desafios da prática interdisciplinar em um serviço escola

24 Abracadabra... que apareçam as crianças: o relato da criação de novas formas de acolher do PAAS Concomitantemente, neste contexto de mudanças e transformações, as práticas de acolhimento também se reconfiguraram na busca de novas alternativas metodológicas para suas práticas e no resgate de suas diretrizes. A técnica grupal passou a ser o formato adotado para o acolhimento como alternativa para ampliar o processo de acolhimento. Com isso, abriram-se novos caminhos para que este espaço se constituísse efetivamente num espaço reflexivo. Nesse período, tentou-se uma modalidade grupal para as crianças, em que foram feitas avaliações psicológicas com a utilização, inclusive, de testagem. Esse processo tornou-se demasiadamente extenso e o serviço chegou à conclusão de que o que estavam fazendo era uma avaliação com as crianças e não um acolhimento. Dessa forma, a prática para e com as crianças foi abandonada, constituindo-se em uma única ação isolada, não voltando a repetir-se mais neste formato (HENNINGTON, 2005). A partir da realização de novas práticas e da retomada de antigas, o termo “ambulatorial” não comportava mais os objetivos e as ações do serviço. Em 2010, a partir de uma mobilização da equipe para que este reconhecimento aparecesse, o nome foi alterado para PAAS – Projeto de Atenção Ampliada à Saúde, traduzindo, desta forma, melhor os objetivos e práticas do local. Em 2013, o Núcleo de Práticas Grupais realizou um processo de acolhimento de crianças e pré-adolescentes, no intuito de formar um Grupo de Pré- adolescentes com os quais trabalhariam no decorrer do ano. Porém, esta foi uma prática pontual, voltada unicamente para este objetivo. O acolhimento permanente do PAAS O Acolhimento Permanente representa a principal porta de entrada do usuário ao PAAS, uma vez que é onde acontece o primeiro encontro deste com o serviço e, portanto, torna-se imprescindível a potencialização deste espaço como produtor de novas dinâmicas, na possibilidade da produção do cuidado (MERHY et al., 2004). O acesso se dá de forma espontânea e ocorre através da seguinte forma: periodicamente, em um dia que é pré-estabelecido, o usuário que busca atendimento em alguma das três áreas deve se cadastrar. Este cadastramento prescreve após dois meses, tendo o usuário que se cadastrar novamente se não for chamado durante este período. O critério para atendimento é feito pela renda per capita que deve ser de até 3 salários mínimos e a comprovação de ser morador da cidade de São Leopoldo, priorizando-se, assim, a população mais vulnerável socioeconomicamente desta cidade. No início deste percurso, este encontro acontecia duas vezes por semana, durante uma hora, momento em que eram acolhidas em grupo seis

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