A saúde mental em evidência: narrativas de um caminho utópico

97 Elisiane Zorzi e Marciane Diel Concluindo A partir das vivências e embasamentos teóricos compilados, compreende-se que estar nesse espaço de Residência, tanto atuando em diversos campos e em relação acadêmica com Universidades, a ética e o assédio moral são discussões pertinentes, à medida que essas relações contraditórias permeiam a atuação. Para um bom processo de trabalho faz-se necessário refletir sobre nossas condutas, respaldados(as) por uma ética comprometida projetando, assim, um trabalho de forma coerente e eficaz. Conforme mencionado, a ética nos condiciona a um olhar para o outro – seja colega de trabalho, ou usuário(a) – compreendendo suas necessidades e potencialidades. Cabe, ainda, pensar na empatia: saber se colocar no lugar do outro é fundamental para o trabalho em equipe. A reflexão sobre ética e sobre empatia deve se tornar uma prática constante nas equipes. Este olhar proporciona a percepção de que as posturas devem estar atentas ao tempo e ao espaço no qual se atua. No percurso da Residência foram vivenciadas diversas situações que se relacionam a assédio moral, tanto com as residentes quanto para com os(as) demais integrantes das equipes, e ainda a falta de ética no trabalho desempenhado por estas. Dessa forma, reflete-se sobre o fato de, enquanto profissionais/residentes em Saúde Mental, estarmos expostas a diversas situações que fragilizam e expõem, para assim, considerarmos o quanto essa prática reflete negativamente no processo formativo e de trabalho das residentes. Deste modo, entende-se que o papel da Universidade se dá também na escolha dos locais para ensino-serviço da Residência. Espera-se que sejam espaços/campos de formação, e não de exposição que levem ao sofrimento dos(as) residentes. O campo de ensino na prática deve ser capaz de propiciar um espaço harmonioso e ético para o exercício pleno das profissões e para a boa aprendizagem na área estudada. Identifica-se que algumas situações de falta de ética e/ou de assédio moral precisam ser expostas, questionadas e refletidas, para que como profissionais em formação e futuras especialistas nesta área, não façamos reproduzir estas práticas. REFERÊNCIAS BOBROFF, Maria Cristina Cescatto; MARTINS, Júlia Trevisan. Assédio moral, ética e sofrimento no trabalho. Revista Bioética (Impresso), Brasília, DF, v. 21, n. 2, p. 251-258, 2013.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz