A saúde mental em evidência: narrativas de um caminho utópico

49 Ana Carolina Einsfeld Mattos, Priscila dos Santos Góes e Vanessa Ruffatto Gregoviski saúde mental, assim como, os possíveis seguimentos potenciais no cuidado aos usuários, ampliando para outras políticas e outras pluralidades através, inclusive, de grupos informais que realizam ações tão fortalecedoras quanto ao que encontramos nas políticas da saúde. O sentir esse emaranhado Como nos afetamos? Como ser residente em meio ao que acreditamos ser uma adequada prestação de cuidado em saúde mental? Acreditamos que a saúde mental que legitimamos está no encontro com pessoas que entraram em nossas vidas de forma cotidiana. Também, por estarmos muitas vezes nos serviços de saúde em maior proporção que os próprios trabalhadores, assumimos demandas associadas a esta vinculação com os usuários, pois convivemos dia após dia e isto torna nossa semana repleta de questionamentos, ainda mais quando nos deparamos em meio a tantas formas de atuação controversas e de crenças manicomiais no cuidado em saúde mental. Assumir uma posição de saúde mental que acreditamos é resistir às diversas formas que estão naturalizadas. Estar nesse contexto de emoções diz muitas coisas e, dentro disso, qual nosso papel, então, como residentes? Como podemos fortalecer espaços de cuidado que não estão na lista de atuações possíveis? Como não fortalecer as práticas institucionalizadas dentro de uma organização tanto dos serviços quanto da instituição formadora? Dentro das hierarquias, ser residente nos coloca em uma posição de escolhas e ser questionador também é considerada uma escolha. Para além dos ditos e dos não ditos, acreditamos em uma Saúde Mental plural e legitimada de acordo com todos os avanços conquistados após a Reforma Psiquiátrica e permanecemos na defensiva contra os retrocessos dessas conquistas. Concluindo O contexto político atual do Brasil que se caracteriza por desmobilização geral das pessoas em torno de bandeiras de luta – que não são novas e que necessitam de permanente vigilância para que não ocorram retrocessos – foi um forte determinante de nossa decisão para proceder à presente análise. Somos do parecer que, por mais que tenhamos que manter as conquistas que tivemos, não podemos nos contentar com os avanços já alcançados no âmbito da Reforma Psiquiátrica. É fundamental que todo cidadão esteja atento e vigilante, para impedir retrocessos e

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