21 INTRODUÇÃO – RESISTIR TAMBÉM É COLETIVIZAR PROCESSOS Ana Carolina Einsfeld Mattos1 Vanessa Ruffatto Gregoviski2 Para compreender a opção política que nós, do coletivo de residentes em saúde mental realizamos ao assumir um programa de residência multiprofissional, assim como para garantir nosso respeito enquanto profissionais comprometidas ética e politicamente, é necessário assumir que somos parte (co)responsável no processo de formação de ensino em serviço e, por isso, tomamos as linhas deste livro e tornamos pública nossa contribuição para o fortalecimento tanto dos programas de residência, dos profissionais que almejam ser residentes, dos atores envolvidos na formação, quanto do cuidado em saúde mental em si. Visto isso, faz-se necessário assimilar o processo multifacetado que se constitui um programa de residência multiprofissional a partir da visão de quem vivenciou essa imersão. Construir um Sistema Único de Saúde universal, equânime e integral, utilizando práticas integrativas e democráticas que possibilitem o cuidado em saúde para além de sua dimensão curativa, levando as próprias equipes a repensar as formas de cuidado, é um compromisso de cada profissional que se coloca, independente de qual a sua posição, nos distintos programas de residência multiprofissional. Entretanto, esse compromisso só se cumpre quando todos e todas, indistintamente, se percebem como partícipes deste processo, em um ciclo de reflexão (participativa) e ação, de discurso e escuta entre os próprios atores, para posteriormente ser possível o fazer com os/as usuários/as dos serviços de prática. Esclarecer este processo também perpassa por decifrar criticamente como ele se dá no cotidiano de trabalho, compreendendo que a residência exige um “residir” simbólico no SUS que não se dá apenas 1 Nutricionista, especialista em Saúde Mental, e mestra em Ciências Sociais. 2 Psicóloga, especialista em Saúde Mental, e mestranda em Psicologia Clínica.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz