115 POSFÁCIO – SOPRO DE FELICIDADE Sinara Santos Robin1 O que dizer depois de tudo o que foi dito? Dentre tantas mensagens eletrônicas que vamos recebendo para passar menos doloridas uma me chama a atenção: “Nestes tempos difíceis o melhor é andar amada”. Pois na frase estão colocados os dois postulados sustentados pelas autoras: O cuidado uns com os outros e que nossa “arma” é a palavra. No livro foram colocadas narrativas das experiências de ter vivido (e viver) um cotidiano intenso, tenso, cansativo e encantador nos mais diversos campos de Profissionais da Residência Multiprofissional em Saúde Mental da UNISINOS. Narrativas tem a verdade no simbólico, ou seja, ao invés de serem a verdade acachapada (produzidos pelas mídias por exemplo), elas contém algo mais como profundidade e complexidade. E isso é precioso! Aqui neste livro são narradas experiências! Experiências quando narradas organizam nossos pensamentos elaboram uma verdadeira reviravolta nas ações e, para complementar o gesto nos prospectam utopias. Narrar experiências é, portanto, prospectar utopias é oferecer possibilidades de modos de interpretar e experienciar as diversidades de existências. Com a leitura deste livro nos aproximamos e aprofundamos muito dos nossos conflitos e com eles a tarefa de oferecer construções ao invés de somente desconstruir, se torna uma tarefa muito exigente. Aprendi muito com estas escritas, com estas sistematizações de mundo através dos olhos das residentas. A leitura me levou a muitos questionamentos e me instiga a buscar compreender o que fazer diante do momento social 1 Antropóloga, doutora em História, Mestra em Ciências Sociais, Professora na Escola de Humanidades, Escola de Saúde e dos Programa de Residências Multiprofissionais em Saúde Mental e Atenção Básica, Universidade do Vale do Rio dos Sinos| UNISINOS.
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