111 CONCLUSÃO – SEGUIMOS SONHANDO: RESISTÊNCIA E UTOPIA Ana Carolina Einsfeld Mattos3 Vanessa Ruffatto Gregoviski4 Chegar ao final dessa escrita não é uma tarefa simples, pois não vem carregada de um ponto final, mas sim de vírgulas e inúmeras indagações. O cuidado que preconizamos e acreditamos não se finda e sequer se limita a essas páginas. Permanecemos residentes, resistentes e temos como ética o cuidado pautado na autonomia dos sujeitos, no olhar humanizado e que preza a revolução pela anarquia da felicidade. A utopia é clara e nos provoca constantemente. O que buscamos talvez esteja longe de ser conquistado, mas percorremos esse caminho diariamente e muito bem acompanhadas daqueles que lutam ao nosso lado. O fortalecimento só se faz possível graças a todxs aqueles que passaram por nós. Sejam Bárbaras, Cláudios, Betinhas ou Alcemares, compartilhamos histórias em momentos em que nem sempre nos sentíamos seguros ou amparados por políticas que tinham que nos resguardar contra o obscurantismo que tropeçamos. No meio desse turbilhão conseguimos não perder o brilho no olhar, o sopro de esperança e a gana por (micro)revoluções cotidianas. O processo de resistência na residência foi uma construção contínua e, nos atrevemos a afirmar, que continua acontecendo. O percurso não foi algo simples ou fácil e, por mais que tenhamos ouvido que aquilo que acreditamos que deve nos guiar no cuidado mentaleiro é utópico, persistimos acreditando e buscando. Em meio a golpes e retrocessos, felizmente conseguimos descobrir modos de nos fortalecer que nenhum mito poderia arrancar, e todos eles atravessam o campo do coletivo. A potência dessa política que são as Residências está totalmente permeada por esse espaço: o da militância conjunta, o de suporte mútuo, o de sustentação da clínica política e 3 Nutricionista, especialista em Saúde Mental, e mestra em Ciências Sociais 4 Psicóloga, especialista em Saúde Mental, e mestranda em Psicologia Clínica.
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