Um jeito de ser e viver no kilombo de Mãe Preta

50 SÉRIE SABERES TRADICIONAIS – VOL. 3 confeccionam bolsas e acessórios, oferecem pães e produtos alimentícios em feiras e em um Café situado na universidade. Suas crianças – três meninos e cinco meninas, entre dois e catorze anos – e seus jovens – um homem e uma mulher, ambos na idade de dezessete anos, participam de todo processo, acompanhando seus pais e parentes no horário em que não estão na escola. Figura 12: Mãos que unem. Acervo Folayian. Toda a comunidade optou por seguir a orientação de Mãe Preta e se organizar para viver de projetos, e dedicar a vida às ações em que se acre- dita. Ações que atuam na mudança que queremos ver no mundo (FLORES, 2018, p. 219) e a partir daí desenvolveram várias estratégias que passam pela agricultura, pelas atividades de ensino, cura e cuidado, por partici- par de editais públicos, por chás e almoços comunitários, pela produção e venda de produtos alimentícios e acessórios, por doações e campanhas. O conjunto de estratégias de sustentabilidade da CoMPaz são denominadas ekonomia afetiva, atividades de cuidado que buscam garantir a sustentabi- lidade financeira dos moradores. Atualmente a CoMPaz desenvolve projetos por meio do Instituto CoMPaz que surge em 2015 para dar sustentação ao que Mãe Preta ha- via orientado: viver de projetos , possibilitar os oferecimentos de cursos de formação e a participação da CoMPaz em feiras e outros eventos. Mais do que isso, seria uma forma de aliar os diferentes desejos de desenvolverem ações que lhes fossem prazerosas, atuantes na criação de um mundo que

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