Um jeito de ser e viver no kilombo de Mãe Preta

36 SÉRIE SABERES TRADICIONAIS – VOL. 3 Kilombola Ecológica Morada da Paz , Território de Mãe Preta (CoMPaz) e pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O projeto de pesquisa tem como objetivo elaborar uma cartografia subjetiva, para mapear, descrever e refletir sobre os saberes e fazeres da CoMPaz para salvaguardar o patrimônio material e imaterial kilombola, através das narrativas sobre a experiência social dos sujeitos que compõem a comu- nidade. Para isso buscamos descrever e analisar as vivências no Território Kilombola CoMPaz, considerando as estratégias de sustentabilidade do território, especificamente a Ekonomia Afetiva; refletir sobre as práticas e os saberes que caracterizam a Pedagogia do Encantamento e as categorias que a compõem e que buscam romper com o senso comum, racista e pa- triarcal predominante na sociedade. De início, queremos esclarecer nossa opção pela grafia de kilombo, kilombola com k , desde o nome do projeto de pesquisa, pois entendemos que ao renomear, tentando capturar um outro sentido, ligado à etimolo- gia da palavra, optamos por ressignificar politicamente estes termos, antes associados historicamente a processos de colonização e ao capitalismo e, agora, redefinidos, falam da experiência social da Comunidade Kilombola Morada da Paz (CoMPaz) em ser kilombola e viver em um kilombo. Figura 8: Kilombolas Pesquisadores. Acervo Okaran. A língua, como se sabe, é um dos principais instrumentos de domi- nação política e cabe, portanto, resistir aos sentidos impostos pelo coloni-

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