Um jeito de ser e viver no kilombo de Mãe Preta
34 SÉRIE SABERES TRADICIONAIS – VOL. 3 • Respeito pela memória do patrimônio imaterial, pelos mais ve- lhos, pelos ancestrais, pelos guardiões, pela hierarquia matricial do Terreiro; • Aceitação do Kaaro, aceitar o silêncio e os movimentos esotéri- cos e exotéricos presentes no Terreiro; • Disponibilizar-se a conviver com o inusitado, com o imprevisível. Seguem algumas expressões em yorùbá, que são utilizadas na Irman- dade da Casa da 7ª Ordem, importantes para conhecimento de todos os mé- diuns da Irmandade, pois, nesse caminho estudo, pesquisa, conhecimento, troca de experiências, de vivências também são importantes. • Abíyán – (Abéyò em iorubá) de origem africana, carrega em seu significado a intenção daquele(a) que deseja se iniciar no cami- nho. Neste caso, quem deseja iniciar ou ser um seguidor (sanyasi em sânscrito) dos princípios que compõe a cosmovisão da Nação Muzunguê, representada pela Irmandade da Casa da 7ª Ordem. • Bongar – caminho espiritual. • Bó Si ònà – entrar no caminho, seguir o caminho. • Adéhùn – compromissos, acordos, combinações. • Adosú – aquele(a) que atendeu ao chamado do Okan (coração); aquela pessoa que recebeu o Osu, a força da manifestação do Asé. • Kaaro – secreto, o que está além, é preciso sentir, viver. Nossa Yabá nos diz que as coisas se profanam quando nos esquece- mos de quem verdadeiramente somos. No caminho do adosú, saber trans- formar o cotidiano num modo de vida sacralizado é o exercício permanente do bongar. Bongar, este é teu caminho?! Uma vez que você decida sobre as tri- lhas da busca espiritual que irá empreender, serão necessários muitos mo- vimentos, mas os mais requisitados são RESPEITO e PERSEVERANÇA. Namastê Ojírè, Bongar! REFERÊNCIA BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade : lembrança dos Velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
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