Um jeito de ser e viver no kilombo de Mãe Preta
17 UM JEITO DE SER E VIVER NO KILOMBO DE MÃE PRETA Um jeito de ser e viver no Kilombo de Mãe Preta é um livro neces- sário para o país do século XXI, que por meio das Leis 10.639 e 11.645, busca reencontrar-se com o seu passado e o seu futuro, no presente que é agora, por meio das histórias de lutas e da cultura afro-brasileira e indígena que estamos a construir, ouvindo, finalmente, negros e povos originários. É necessário sabê-lo, ouvi-lo, lê-lo, mas, principalmente, senti-lo, para poder viver sua história, compreender suas tradições e seus costumes, visualizar os seus sonhos, lutar por seus projetos e encantar-se com sua pedagogia e com suas cosmopercepções, generosamente partilhados ao mundo externo pelo território que é sagrado . As palavras aqui escritas, inquietas e sorri- dentes, e as imagens aqui registradas pela luz do infinito que capta a sen- sação des(confortante) do instantâneo, deixam o território sagrado de Mãe Preta e Seu Sete para finalmente desenhar num círculo o tempo de outrora e de agora, que se encontram no xirê , dão-se as mãos e seguem juntas e juntos, nos impondo novos compromissos éticos e epistêmicos. O livro é um convite ao bom viver e à boa luta. Vivamos. Lutemos. Saravá Mãe Preta! Porto Alegre, 17 de março de 2020 Alan Alves-Brito 1 REFERÊNCIA SANTOS, Milton. O país distorcido : o Brasil, a globalização e a cidadania. Organização, apresentação e notas de Wagner Costa Ribeiro; ensaio de Carlos Walter Porto Gonçalves. São Paulo: Publifolha, 2002. 1 Alan Alves-Brito é doutor em ciências (astrofísica estelar), com pós-doutorados no Chile e na Aus- trália. Desde 2014, é professor adjunto no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Gran- de do Sul (UFRGS), onde exerce atividades de ensino, pesquisa, extensão, divulgação científica e gestão. Integra o Programa de Pós-Graduação em Física e em Ensino de Física e o NEAB (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos) da UFRGS. Coordena o PLOAD-Brasil (Por- tuguese Language Office of Astronomy for Development) da União Astronômica Internacional. Interessam-lhe temas voltados à integração e ao diálogo da universidade com a educação básica e a sociedade, como a evolução química da Via Láctea, educação e divulgação da Astronomia. Ìyàwó Dofono de Òsóòsi no Ilê Axé Ogunjá, Recôncavo da Bahia.
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