Um jeito de ser e viver no kilombo de Mãe Preta
148 SÉRIE SABERES TRADICIONAIS – VOL. 3 ORIENTAÇÃO ALIMENTAR NA COMPAZ Não há o uso de cardápios, mas uma orientação para elaboração da alimentação que inclui o preparo do café da manhã rico em grãos, queijo colonial, açúcar mascavo, ovos, peixe, leite, pão caseiro, saladas, o almoço e a janta com a presença de sopas ou cremes, verduras, legumes, arroz ou massa, grãos (feijão ou lentilha) e o lanche vespertino com a ingestão de sucos de frutas, leite, pão caseiro ou bolos. A respeito da diversidade na alimentação da Comunidade, K. R., afir- ma que: O fato de não consumirmos carne vermelha estimula o preparo de novos cardápios com base em uma dieta pre- dominantemente vegetariana. Gosto de ir para a cozinha e criar, experimentar temperos diferentes, testar novas recei- tas. Após tornar-me vegetariana sinto que sou mais criativa na alimentação. O consumo de alimentos variou bastante pela quantidade de morado- res em cada momento e também pela disponibilidade de recursos financei- ros. Sobre este fato, S. J., comenta que: Na concepção organizacional da CoMPaz um dos maiores desafios que destaco foi o de garantir o princípio fundante do movimento coletivo, no que se refere às necessidades individuais, a capacidade financeira, material de gerenciar a singularidade. As soluções criativas foram emergindo dentro do próprio movimento, garantindo a continuidade dentro de bases harmoniosas e sustentáveis. ALIMENTAÇÃO E SAÚDE HOLÍSTICA NA COMPAZ Algumas ervas medicinais são cultivadas na própria Comunidade para extração das essências usadas nos sabonetes como a arruda e outras na culinária como tempero verde, a cebolinha, a sálvia, o salsão, o manjericão, o alecrim. Os chás, banhos e pomadas provenientes destas ervas são elabo- rados também, mas para consumo interno. O preparo de sabonetes com ervas e essências medicinais revela a preocupação com o resgate de saberes tradicionais para aplicação em prol
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