Um jeito de ser e viver no kilombo de Mãe Preta

135 UM JEITO DE SER E VIVER NO KILOMBO DE MÃE PRETA re(existindo). Quando reconhecemos a Fonte e recordamos as experiências e os modos de viver dos nossos povos originários a potência de vida (e de saúde) se manifesta na sua melhor condição. Esta condição se refere à ca- pacidade de sentir e saber que o cuidado com nossos corpos, com a nossa mente, com o nosso espírito pode ser diferente e que pode ser realizado a partir de cada pessoa e a partir do Território. Figura 45: Espaço de Cura. Acervo CoMPaz. O Orishà é o nosso Curador! Na cosmovisão CoMPaz os Orishàs são as divindades da Nação Muzunguê, originadas em nossa ancestralidade africana, e que carregam a força, a sabedoria das águas, das folhas, do fogo. Atuam no cosmos compartilhando com os seres sencientes sem assumir o domínio ou a direção por nossas escolhas. Mas do mútuo reconhecimento pode se originar uma relação de cuidado e de harmonia entre mundos. “Não somos deuses, apenas vemos o que você não vê, estamos em perspectivas dimensionais diferentes e assim podemos nos complementar”. Diz Dr. Thyélo, médico da equipe espiritual que compartilha com os mo- radores da CoMPaz os seus saberes. Esta equipe é formada por humanos e não humanos, orishás, pajés e por todos que constituem a Nação Muzun- guê. A experiência mediúnica é o meio pelo qual a comunicação se estabe- lece e o cuidado direcionado ocorre. Os saberes e fazeres compartilhados são registrados e aplicados às situações previamente avaliadas e definidas. Sendo assim, o exercício do cuidado contínuo não nos exime da necessi- dade de intervenções agudas em processos de desarmonia bioenergéticos

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