Um jeito de ser e viver no kilombo de Mãe Preta
116 SÉRIE SABERES TRADICIONAIS – VOL. 3 O plantio segue em sincronia com nosso Ciclonário (movimento de orientação com base nas fases da lua e na potência solar orientados por nossos Orisás e Divindades, sobretudo, as divindades que acreditamos serem as responsáveis pelo sistema agrícola e agroflorestal: Iroko-Nanã Buruke-Ewá-Ossaim) geralmente é feito entre os meses de fevereiro a no- vembro, após a preparação da terra, onde ela é virada manualmente e adu- bada. Entre os meses de novembro e fevereiro, realizamos a manutenção do sistema agroecológico agroflorestal, reduzindo o plantio. Momento em que zelamos cuidadosamente a terra com rezos e asés repousando sobre o solo cultivo de proteção, adubação natural (preparada com as folhas das árvores e cavas de valas preenchidas com o resíduo de orgânicos advindo da cozinha ovolactovegetariana comunitária). As épocas de poda, para as árvores frutíferas, são entre os meses de maio a agosto, observando as fases da lua seguido de ritual para Ewá e Ossaim (Divindades que intensificam o recolhimento cura-cuidado para a futura renovação que se dará nos próxi- mos ciclos – setembro/outubro). Figura 34: Estufa (2019). Acervo CoMPaz. As principais culturas são • Verduras como alface, couve, alho poró, cebolinha, salsa, rúcula, rabanete; • Legumes, como beterraba, cenoura, aipim, moranga, abóbora, be- rinjela, pimentão; • Frutas destacamos as cítricas, como laranja, limão, bergamota e as frutas nativas como banana-do-mato, andiroba, butiá, entre outras.
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