99 A CAPOEIRA JOGA COM A DUREZA DA VIDA ajuda e é muito atencioso também e é só alegria. A capoeira, quando caiu na minha vida, também foi muito bom, porque eu conheci muita gente, fiz muitas amizades, às vezes encontro umas gurias que me cumprimentam e eu nem lembro quem é, e elas percebem e dizem: eu conheço a senhora da capoeira! A capoeira é muito bom e as mães que têm os filhos na capoeira deveriam frequentar mais. Quando eles iam jogar lá no Mercado Público, o João e eles iam na frente e depois eu chegava lá. O João Paulo, quando me via, parece que ele se doava mais, tem que dar apoio porque os filhos se sentem mais seguros. Esse aqui, vizinho, professor da capoeira, está tirando as crianças da rua. Eles podiam estar roubando por aí. Ele está se doando para ensinar as crianças. A capoeira na vida do João Paulo foi fundamental até nos estudos. Ele está com 19 anos e começou com 11 anos. Ultimamente, infelizmente, ele parou, porque começou a trabalhar e estudar, então não dá tempo, né?! De vez em quando ele olha para o berimbau que ele tem, que ele ganhou do Caçapa, às vezes ele toca.27 Conforme reflete Luciana Machado (32 anos): Percebi uma mudança no Leonardo após ele entrar na capoeira, porque o Leonardo, como ele é ‘eu e ele’, ele é uma criança bastante mimada, mas ele mudou bastante. A disciplina que tem. Às vezes a gente fala ‘é uma brincadeira’, mas tem disciplina, tem os horários, tem regras, então isso aí que faltava para ele. Tanto que um pouco antes de ele entrar na capoeira eu estava levando ele em um psicólogo. A escola me encaminhou para um psicólogo, porque meu filho não tinha identidade, ele não sabia quem ele era. Ele entrou na capoeira 27 Entrevista com Dona Maria.
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