A capoeira joga com a dureza da vida

79 A CAPOEIRA JOGA COM A DUREZA DA VIDA Figura 7: Reunião na sede da Associação do Quilombo dos Machado (Foto: Cássio Henrique Silva da Silva). Caçapa, o professor de capoeira, um homem branco de aproximadamente 35 anos, é um dos moradores do local e é praticante de capoeira há dez anos. Ele se apresentou como natural de Caçapava do Sul/RS e conhecedor de madeiras nativas da flora do Rio Grande do Sul que se assemelham à Biriba, que é a madeira tradicional para a confecção do berimbau. Em breve conversa com esse capoeirista, pude perceber o seu respeito à tradição ancestral, quando relatou experiências como o ritual em pedir licença ao orixá da mata para adentrar e cortar a madeira certa para fazer um berimbau, a coleta seletiva de cipós e os movimentos do jogo da capoeira nas pedras e relvas, os toques de atabaque e o berimbau. Marginalização e resistência quilombola urbana As estratégias de apropriação, pertencimento e reconhecimento de um território a uma determinada comunidade revelam a superação e o rompimento de entraves institucionais que reproduzem o recorte étnico e econômico que vem a reforçar a supremacia da elite branca em disputas por regularizações fundiárias.

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