127 A CAPOEIRA JOGA COM A DUREZA DA VIDA Afoxé Amigos de Katendê na UFRGS Trata-se de uma iniciativa que resultou em uma experiência maravilhosa entre o Grupo de Capoeira Rabo de Arraia e a UFRGS. Os integrantes do ACCARA, Leandro Oliveira e Loah do Accara, escreveram o projeto Raiz Afromãe para realizar um curso de afoxé no Centro Cultural da UFRGS no primeiro semestre de 2019. Esse projeto foi selecionado pela coordenação do Centro Cultural. Fui convidado por Leandro a acompanhá-lo em uma reunião no dia 7 de março de 2019 com a coordenação do Centro Cultural para definir algumas questões antes do início das atividades. Uma questão que ficou acordada foi o limite de cinquenta participantes por encontro, limite este estipulado pelo representante do Grupo de Capoeira Angola Rabo de Arraia e sem ressalva alguma por parte da representante da UFRGS. Após dois encontros realizados no Centro Cultural da UFRGS, o Afoxé Amigos de Katendê/Porto Alegre foi comunicado por e-mail que o número de participantes estava acima do limite estabelecido pela coordenação. Ao conferir a lista de presenças, havia o registro de 36 participantes no encontro anterior, com maior número de pessoas. Na chegada para o terceiro encontro, fomos recebidos por uma funcionária da UFRGS, que confirmava o conteúdo da mensagem eletrônica e sugeria que descartássemos do curso as pessoas que não haviam realizado a inscrição via site do Centro Cultural. Ela ainda sugeriu que deveríamos tomar a medida de priorizar a entrada dos inscritos on-line e que os demais aguardassem do lado de fora. Perante essa condição, argumentei que alguns inscritos on-line nem sequer haviam participado dos primeiros encontros e que a cultura popular não fecharia as portas para ninguém. A funcionária reagiu em tom áspero: “Essa é a regra da instituição e já está na porta da sala uma funcionária da segurança (terceirizada) com a lista para conferir os nomes que poderão entrar”. Então questionei: “Por que tanto controle?”. Então ela afirmou que o controle envolvia o número de pessoas que a sala suportava e que o objetivo era a nossa própria segurança. Após essa explicação, retirou-se a caminho de outra sala do Centro Cultural da UFRGS. A meu ver, a resistência
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