Haikaizando a cidade
Sheila Katiane Staudt 20 Em 2017, no período de afastamento para minhas pesquisas de pós-doutorado na Université Sorbonne Nouvelle Paris 3, cur- sei uma disciplina chamada “De la réception à la création: l’internationalisation du haïku” (“Da recepção à criação: a internacionalização do Haikai”, tradução minha), ministrada pela professora Dra. Muriel Détrie, especialista em Estudos Literários do Extremo Oriente. Nesse momento, aprofundei meus conhecimentos acerca do gênero Haikai, propriamente dito, e descobri como esse poema estava em voga na França e na Europa em geral, migrando e fun- dindo-se com outras artes, a exemplo disso, era possível encontrar, de acordo com a professo- ra, expressões artísticas multiformes tais como: ballet-haikai, cine-haikai, teatro-haikai, foto- -haikai, romance-haikai, etc. No meu corpus de análise, estava arrolado o romance Rakushisha (2007), da escritora brasileira Adriana Lisboa, o qual contém, em meio à prosa, 31 haikais de Bashô e de seus discípulos. Ao apresentar o livro à professora Mme Détrie, esta declarou se tratar, sem dúvidas, de um “romance-haikai” e que eu deveria analisá-lo nesse sentido escre- vendo um artigo 10 . Eu, brasileira, professora 10 O artigo escrito sobre esse romance durante o pós-doutorado, com fomento do IFRS Campus Canoas, foi publicado em 2019 no livro Literatura brasileira & contemporaneidade: uma perspectiva transna- cional , organizado por Cimara Valim de Melo, sob o título: Tocata
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