Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 3
Questionamentos aos grandes empreendimentos na Amazônia na perspectiva da Ecologia Integral... 71 tal e Relatório de Impacto Ambiental – EIA-RIMA dos grandes projetos, por exemplo, de rodovias como a BR-163 no Pará, a BR-319 no Amazo- nas; de portos, como o das Lajes em Manaus, da EMBRAPS em Santarém; de hidrelétricas, como a de Santo Antônio e Jirau em Rondônia, São Luiz no rio Tapajós (ALARCON; MILLIKAN; TORRES , 2016) e Belmonte (MAGALHÃES et al., 2009), no rio Xingú (SANTI, 2015) no Pará, as várias hidrelétricas nos rios Teles Pires (GOMES, 2020) e Juruena no Mato Grosso; dos garimpos e mineração, como no Amapá, no Pará, em Roraima (ARAGÃO, 2020; MONTEIRO, 2005); da extração de madeira (PINTO, 2014); de planos de manejo e concessões florestais no Pará, no Amazonas, no Amapá; das monoculturas do agronegócio nos estados do Mato Grosso, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão e Tocantins (ALMEIDA, 2009); e da agroindústria agropecuária nos estados do Pará, Mato Grosso, Amazonas, Rondônia, Roraima, Maranhão. Por fim, têm-se estudos críticos sobre propostas internacionais para o sul global em geral e para a Amazônia em particular e suas armadilhas na aplicação concreta (BENTES, 2005). São estudos que criticam esses planos que vêm de fora e “pensam Amazônia sem gente”, criando um problema de governança externa, pessoas de fora que tomam decisões como se a Ama- zônia fosse um território sem população. Isto leva a tirar a autonomia dos indígenas e comunidades tradicionais, criando grandes problemas na gestão dos territórios. Assim, têm chegado projetos pensados desde fora, tais como o zonea- mento ecológico econômico para um desenvolvimento segundo a vocação das diversas amazônias, que terminou endividando camponeses, propician- do as pequenas monoculturas que empobrecem a biodiversidade; o sistema de créditos de carbono (ONU, FAO, PNUD, 2008) para “manter a floresta em pé” e que terminou sendo uma forma de apoderar-se das terras das co- munidades (KILL, 2015; BARBOSA, 2020); os planos de manejo florestal e as concessões florestais para fazer uma exploração racional da madeira que terminaram com pouco controle dos órgãos fiscalizadores e com o fato de empresas apoderando-se de territórios e impedindo toda atividade aos co- munitários; “florestas plantadas” como a FAO chamou as monoculturas de árvores (WRM, 2015) para fabricação de papel, que terminaram empobre- cendo o solo e acabando com a biodiversidade nos territórios donde foram implantados (OVERBEEK, 2020). Além dos estudos mencionados, são fundamentais também os estu- dos sobre formações e mobilizações dos movimentos e organizações sociais,
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