Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 3
Introdução 17 e defendemos o caráter público, comunitário e popular dos sistemas urbanos de gestão e cuidado da água e do saneamento” . A exemplo do que aconteceu com textos marcantes nos dois volumes anteriores, também neste volume a dimensão da educação retorna, agora, com proposta provocativa na perspectiva da “decolonialidade”. É o capítulo quinto , assinado por Danilo Romeu Streck, Camila Wolpato Loureiro e Carolina Schenatto da Rosa. Com o título “Por uma Educação Ecointegra- dora: perspectivas decoloniais”, os/as autores/as retomam, de forma criativa, a temática da “educação integral”, sob o nome de “educação ecointegradora”. Transitando por uma reflexão estimulante que coloca em pauta “ética da vida e ética da morte”, o “conceito de humanização”, as “fontes de uma ética ecossituada”, o grupo autoral quer indicar que “uma dimensão da superação da colonialidade da natureza pode ser viável a partir de pedagogias decoloniais que trabalhem para a promoção de uma educação ecointegradora ” . Na con- clusão é colocada em destaque a proposta de voltarmos à história e aos sinais de esperança nela presentes. “Ao olharmos para trás e para os lados conseguimos identificar sinais que nos inspiram a seguir em frente com mais esperança. A educação, como vimos, pode ajudar a desenvolver a capacidade, a humildade e a ousadia de ler esses sinais, os ‘inéditos viáveis’, que sempre existiram e que continuam emergindo na história”. Na sequência, também dentro de uma mesma perspectiva de deco- lonialidade, o capítulo sexto , de autoria de Adevanir Aparecida Pinheiro, Maria Nilza da Silva e José Ivo Follmann, com o título “ Decolonialidade e contrarracismo: o ‘ser branco’ no horizonte da descolonização das mentes” , reto- ma uma dimensão do diálogo, já levantada fortemente no volume 1, quan- do se abordou “racismo ambiental, ecologia integral e “ casa comum ”. A pau- ta do “combate ao racismo” como inerente à proposta da “decolonialidade” vem focada na importância de uma maior elucidação da consciência do “ser branco”. Trata-se de colocar em questão o “ser branco” no contexto racista dentro da sociedade brasileira. Parte-se do estabelecimento de um paralelo entre processos de alienação e patologia social do branco, para, em segui- da, pautar a importância da descolonização das mentes embranquecidas na sociedade brasileira. A revisita à distinção entre “branquidade” e “branqui- tude” leva a uma nova tematização da educação das relações étnico-raciais como uma educação oportuna e necessária, sobretudo para os segmentos brancos da sociedade brasileira . O capítulo sétimo é de autoria de Josenir Lopes Dettoni, que volta ao tema da “filosofia ecológica integral”, já abordada com um pequeno en-
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