Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 3
Introdução 15 As três últimas intervenções nessa grande “Mesa Redonda” que foi o Volume 2 começaram com um texto que trouxe “o diálogo entre teologia, ciência e cosmologia indígena, a partir do conceito de ecologia integral”, passan- do por um texto, na sequência, que pautou “a participação social como fator determinante para o reconhecimento dos direitos da natureza” , para concluir, num último texto, com o título “ecologia integral, justiça socioambiental e bem viver” . O legado dos povos tradicionais em seu convívio harmônico com a natureza perpassa, sob diferentes ângulos, as contribuições mais subs- tanciais desses três textos, formulados a partir da teologia, do direito e da psicologia social. Buscou-se dar conta, a partir de diferentes ângulos, da grande riqueza de trocas de saberes com representantes do mundo acadêmi- co, de organizações culturais e religiosas, dos movimentos sociais e das po- pulações tradicionais, na construção de componentes centrais do paradigma da ecologia integral, frente a um mundo que está tremendamente enfermo e desconjuntado. Concluídas as duas grandes “Mesas Redondas” ( volume 1 e volume 2 ), entra em cena, agora, a composição do Volume 3 , também constituído, a exemplo dos anteriores, por nove capítulos: O primeiro capítulo deste volume convida-nos para uma reflexão com o título: “Paradoxos nos entrelaçamentos entre o social e o ambiental: a ecologia integral em múltiplas conexões”. Aloisio Ruscheinsky nos conduz, com agilidade e maestria, por atalhos rápidos que pautam “ciência e tecno- logia”, “consumo”, “autonomia, antropocentrismo e egolatria”, “consciência e interdependência”, “ecologia integral”, “formas de sustentabilidade so- cioambiental” e “o ser humano como parte integrante da natureza”. O autor conclui com algumas provocações, recuperando a palavra “utopia”. O texto aponta para a radicalidade da Ecologia Integral, afirmando: “Se tratamos de ecologia integral, de fato, podemos partir do pressuposto de que os humanos são os primeiros a integrar ou fazer parte do âmbito do que denominamos de ecologia”. Para o autor, faz-se, neste sentido, necessário educar e reeducar os nossos sentidos como tarefa inerente à sabedoria, ou seja, experiência de totalidade. O segundo capítulo é assinado por Dimas Floriani e Nicolas Floriani e nos convida a pensar a produção e a constituição de sujeitos ecológicos plurais. O texto pauta, além de rica argumentação teórica e epistemológica, experiências com populações rurais tradicionais e respectivos indicadores de avaliação de autonomia socioambiental. Segundo os autores, “a produção de sujeitos ecológicos plurais tem como pano de fundo a relação sociedade-natureza pela qual é possível buscar identificar o emaranhado de situações e conflitos e por
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