Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 3
Adevanir Aparecida Pinheiro, Maria Nilza da Silva e José Ivo Follmann 130 moderno, que se relaciona com o trabalho, o conhecimento, a autorida- de e as relações intersubjetivas que congregam as forças colonizadoras do mercado capitalista, abrangendo de forma colonizada até as ideias de raças que foram sendo embranquecidas com o poder e superioridade do próprio colonialismo. Talvez seja neste espaço, na área das ideias, que a política do bran- queamento foi tomando espaço e chegou ao que hoje chamamos de uma branquidade fortemente resistente frente a uma branquitude ainda inci- piente, como abordaremos no item 4, na sequência. Neste contexto, po- demos dizer que o processo de alienação também foi, de certa maneira, encontrando espaço e foi se alojando e impregnando todos os espaços e modelos de sistematização de conhecimento, contaminando os ambientes científicos e teóricos. As reflexões de Follmann (2001; 2012) sobre os processos de alienação e os processos de identidade em todas as sociedades e culturas e especifica- mente na formação da América Latina e do Brasil contribuem para uma maior compreensão da necessidade de desalienar as mentes, livrá-las de suas prisões mentais, que ao longo dos séculos foram encontrando espaços e ge- rando profundas cegueiras. Prosseguindo nessas provocações, encontramos em Quijano (2005), Torres (2007) e Mignolo (2003) outras iluminações para nossas percepções e nossa reflexão, mostrando que o colonizador destrói os imaginários das diversas etnias, jogando-os a margens subalternas. A própria colonialidade é subproduto da repressão das mentes veiculada a partir de teorias de co- nhecimento, impregnando todos os meios de saber dos sujeitos enquanto colonizados. Diante disso, nossas percepções e ideias se aguçaram sempre mais para enxergar para além da temática racial e da colonialidade, da busca de respostas à questão de como descolonizar as mentes que foram embran- quecidas e colonizadas. O turbilhão político e a atuação dos governantes atuais no Brasil apon- tam para uma sociedade ainda mais doente ou patológica, sobretudo no sen- tido social, político e econômico. Por estes e outros motivos é que devemos pensar na descolonização das mentes, partindo dos próprios meios geradores ou produtores de conhecimento que, segundo Djamila Ribeiro (2017), ne- cessitam também ser descolonizados. Em nosso entendimento, um caminho acertado é a reeducação das re- lações étnica raciais. Trata-se de um processo assumido como caminho legal, oficial, mas que tem muito ainda a realizar para ser efetivo. É um processo
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