Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 3
Introdução 13 nossa troca de narrativas, estudos e textos, mesmo que se ampare neste fio condutor não quer ser entendido como um procedimento intelectual militante raso na defesa da importância e oportunidade heurística dos dois conceitos colocados no centro da atenção. O que de fato buscamos é a construção das condições hipotéticas do enten- dimento da pertinência teórica e prática do conceito de justiça socioambiental, em referência ao paradigma de ecologia integral”. Nele ( Volume 1 ) foi retomada a importância do conceito de “ casa comum ” iluminado pelos princípios éticos orientadores da carta encíclica do papa Francisco, de 2015. Essa abertura foi secundada por dois textos ilumi- nadores, focando diretamente o debate sobre o conceito de ecologia integral, tanto pela emergência deste conceito como “novo” paradigma, como pela argumentação a partir da ecosofia e da “ deep ecology ”. Na sequência, um capítulo fez uma primeira crítica à “racionalidade moderna”, contrapondo- -lhe a assim denominada “racionalidade ambiental”. Esse mesmo enfoque foi ampliado e enriquecido projetando luzes sobre o paradigma da ecologia integral como algo fundamental para a compreensão ecossistêmica da saúde e a urgência disso no contexto atual de pandemia que vivemos. Essa reflexão foi seguida por uma contraposição original entre a provocação da “ casa co- mum ” e o paradigma brasileiro da “casa grande e senzala”. A contraposição assim posta trouxe uma percepção da “ casa comum ” provocativamente dife- renciada da leitura que normalmente é reproduzida. O Volume 1 concluiu a sua trajetória reflexiva, com uma sequência final de três textos pontuais: em primeiro lugar, uma reflexão sobre os desa- fios da educação superior na América Latina compareceu no diálogo, vol- tando-se particularmente para as interpelações a partir da responsabilidade social universitária e ecologia integral. Trata-se de um convite provocativo que pode ajudar a repensar a universidade necessária para este contexto. Em segundo lugar, uma reflexão que teve como referência concreta os em- preendimentos energéticos do Brasil, mostrou como, através do exercício da reflexão filosófica, é possível iluminar processos de decisão que sejam coerentes com a ecologia integral. E, finalmente, uma reflexão filosófica re- ferenciada às “Metas do Milênio” e à carta encíclica Laudato Si’ 3 concluiu que a Ecologia Integral envolve uma nova lógica da vida, com novas exigên- cias científicas, políticas e éticas dentro da perspectiva da interdependência, compaixão e solidariedade. 3 As referências à Carta Encíclica Laudato Si’ do papa Francisco, nesta obra sempre serão abrevia- das com LS, seguido ou não do número do respectivo parágrafo.
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