Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2
A concepção inaciana de formação integral enquanto possibilidade de educar na perspectiva... 73 conhecimento humano com o intuito de controlar as consequências sociais indiretas e remotas dos atos humanos na produção [...]”; no entanto, para o autor, apenas conhecer a realidade não é suficiente. Assim, podemos dizer que a educação para a sustentabilidade compõe um ponto fundamental para que as interações entre os diversos agrupamen- tos humanos do século XXI e as suas relações com o ecossistema global aconteçam de forma a garantir a continuidade da coevolução entre socie- dade e natureza, para não falar em correta gestão de recursos naturais, pois isso implicaria na ingênua crença da manutenção do desenvolvimento eco- nômico desigual para suprir as necessidades de uma coletividade demasiada humana. No dizer de Piaget (1973), a educação possui duas metas, sendo a primeira criar homens que sejam capazes de fazer coisas e não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. A segunda é formar mentes críticas, com capacidade de não aceitar tudo o que a elas é proposto. Desse modo, o debate ambientalista possui certo consenso no que diz respeito à opinião pública, ao defender a urgência de conscientizar a po- pulação (como um todo) sobre os problemas ambientais que ameaçam a vida no planeta. A educação passa a ser valorizada como agente difusor dos conhecimentos sobre o ambiente, induzindo a mudança dos hábitos e com- portamentos considerados predatórios em hábitos e comportamentos tidos como compatíveis com a preservação ambiental. Sua prática e seus conceitos compreendem os problemas socioambientais de forma inclusiva buscando solucioná-los através da participação dos grupos envolvidos. Nesse sentido, a educação ambiental engloba saberes sobre a proble- mática ambiental, bem como sobre a ecologia num processo de reconheci- mento e de transformações do ser e do ambiente. Desta forma, a educação deve ser compreendida como uma possibilidade de reconstrução dos senti- dos e significados, englobando a totalidade das nossas vivências e expressões. Cabe à educação ambiental considerar os problemas relativos a todas as formas de vida, a fim de compreender a complexidade dos sistemas am- bientais e da multirreferencialidade da ação educativa (BARBIER, 1997). Para tal, no dizer de Morin (2000), é necessário munir-se da ideia de mu- dança de valores e do pensar ainda dominantes, pois fazer educação ambien- tal sugere fazê-la nos moldes de uma filosofia e pedagogia da práxis, unindo ação-reflexão, de maneira a construir outras lógicas societais, numa profun- da busca do redimensionamento da ecologia em uma nova lógica da vida. Suvé (2005) salienta que a educação ambiental tem uma importante função a desempenhar no sentido de induzir dinâmicas sociais, de início na
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