Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2

João Batista Storck 64 ta de pessoa compassiva é a pessoa de Jesus, desde a sua vertente mais humana e mais compreensiva com nossas debilidades, mas também muito mais com- prometida em denunciar as situações de injustiça e do afrontoso desrespeito a pessoa humana. Tanto o padre geral Peter Hans-Kolvenbach quanto o padre Adolfo Nicolás impulsionaram em diversos textos a reflexão sobre a educação jesuíta para promover pessoas compassivas no contexto da globalização que domina o mundo desde o começo do século XX (PERALTA, 2010). Não é suficiente, portanto, ser consciente da realidade de injustiça e violência do mundo, mas educar no compromisso, colaborando com a transformação destas realidades. Trata-se do humanismo social como bem explica o padre Kolvenbach (1993), como a tradução específica do humanis- mo jesuíta ao desafio do humanismo cristão do nosso tempo. Nas palavras do padre Peter MacVerry (2014, p. 3): O primeiro passo é dar (aos alunos) a oportunidade de conhecer e fazer amizade com os pobres e marginalizados. A experiência é uma condição necessária para criar estudantes compassivos, mas não é o suficiente. Tem que refletir sobre esta experiência dentro do contexto da escola e do currículo, numa reflexão e num debate permanente com seus refe- rentes educativos. Percebe-se, portanto, que o desafio de uma educação jesuíta se encon- tra na criação de um contexto de escola compassiva. A compaixão que leva a solidariedade deveria mover-nos a sacudir as estruturas de nossas escolas, de modo que educadores e alunos pudessem chegar a ser agentes de mudança para colaborar com o sonho de Deus. Quanto à pessoa comprometida , a Declaração Final do SIPEI (2014, p. 3) diz: [...] é uma pessoa de ação valorosa. Através de nossa abertura à ação do Espírito a na companhia com Jesus, ele ou ela poderá discernir as necessidades mais urgentes de nosso tempo, para que nossas maneiras de servir sejam tão ricas e tão profundas como nossas maneiras de amar. Constatamos que um compromisso ecológico para a reconciliação e cura da terra junto com o compromisso da justiça social, são necessi- dades urgentes na medida em que afetam todas as pessoas do planeta. Carver (2014) salienta a necessidade de que as obras educacionais da Companhia de Jesus tenham um comprometimento mais significativo com o meio ambiente como uma necessidade urgente dos nossos dias. O SIPEI

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