Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2
A concepção inaciana de formação integral enquanto possibilidade de educar na perspectiva... 63 um processo de renovação pedagógica contínuo, e que este ajuda os alunos a chegar a um conjunto satisfatório de conhecimentos e habilidades. Este processo contínuo de renovação, fiel a tradição jesuíta, tem que ser capaz de incorporar novas práticas pedagógicas que sejam adequadas à visão de educação da Companhia. É necessário, neste momento, considerar que, para preparar pessoas competentes, atualmente se requer não somente a renovação da pedagogia inaciana, mas também a renovação das aulas, a maneira de organizar as escolas e o currículo (até onde permite a legislação de cada país). Esse modo de educar precisa estar de acordo com a tradição eclética presente na visão jesuíta de edu- cação, que combina as melhores práticas no processo educativo com aquilo que se requer da sociedade contemporânea. O Paradigma Pedagógico Inacia- no propõe o estilo de tal mudança. Não pede, no entanto, a substituição, mas a incorporação de pedagogias e metodologias atuais que possam implementar as renovações que necessitamos em nossas escolas (SIPEI, 2014). Desta forma, no contexto educativo atual, para educar alunos compe- tentes, necessitamos de uma escola capaz de se adaptar às diferenças indi- viduais, culturais e sociais, encontrando a melhor maneira de acompanhar o seu desenvolvimento. Evidentemente isto supõe disposição para aprender e um compromisso com a educação por parte dos alunos. Requer, tam- bém, um educador que seja facilitador, guia, tutor e orientador. É necessá- rio lembrar que um aluno competente no contexto da excelência humana tem consciência de que ser competente quer dizer ser capaz de trabalhar e prosperar com os demais e que o caráter competitivo de algumas correntes pedagógicas atuais é um obstáculo para a competência que descrevemos. Em relação ao terceiro “C”, pessoa compassiva , compreende-se que esta é capaz de evoluir dos sentimentos de caridade e de compaixão para um sentimento de justiça e de solidariedade, que favoreçam sua contribuição para mudar as estruturas sociais injustas do mundo que vivemos. A pedagogia inaciana combina processos reflexivos e postura ativa contra as desigualdades e a dor alheia, considerando o clássico círculo apre- sentado no Paradigma Pedagógico Inaciano (contexto, experiência, ação, re- flexão e avaliação). A compaixão não implica sensivelmente lastimar-se por um indivíduo ou grupo de pessoas. A compaixão é um pré-requisito para a ação positiva. Reconhece a dignidade humana e o valor da pessoa que, pelo sensível ato de nascer, é amada profundamente por Deus. A educação jesuíta promove experiências e vivências que impulsionam os alunos a se pôr no lugar do próximo, do marginalizado. A referência jesuí-
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