Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2

João Batista Storck 60 sejam plenamente autênticas, sujeitos, cidadãs e cidadãos, homens e mulhe- res com capacidade de olhar a realidade de forma lúcida, crítica e compro- metida com sua transformação. Pessoas que pensem por si mesmas, críticas, coerentes com seus valores e princípios. . Queremos formar integralmente pensando mais no “ser” da pessoa que em seu ter, ou saber para poder. Nessa perspectiva, não se trata de “formação” como uma mera capacitação com o objetivo de conseguir um título acadêmico, para adquirir prestígio ou status por ter sido egresso de uma instituição de renome. Isto é, na visão inaciana, se trata de formar para “ser” com e para os demais, buscando construir uma sociedade de paz e justiça. Nesta perspectiva, o padre Arrupe (1973) afirmava que o objetivo da educação na Companhia de Jesus tem que ser a formação de homens e mulheres para os demais. A expressão “Homens e mulheres para os demais e com os demais” vem sendo utilizada há muitos anos, fazendo parte do ethos jesuíta. Trata-se de uma expressão humanista que a educação jesuíta defende desde as suas origens. Essa expressão mostra, de forma sintética, o objetivo final dos esforços educativos da Companhia de Jesus e a ênfa- se numa fé intrinsecamente relacionada com a promoção e a prática da justiça. Em 1993, na comemoração dos 20 anos da publicação do documento “Pedagogia Inaciana: uma proposta prática”, o padre Kolvenbach (1994, p. 92), ratificou a proposição do padre Arrupe e expandiu o seu significado ao dizer que o “nosso objetivo como educadores é a formação de homens e mulheres, competentes, conscientes e comprometidos na compaixão ”. Essas quatro palavras, também denominadas quatro “C’s”, tem inspirado a renovação da educação jesuíta nas últimas décadas. Os colégios e escolas pertencentes ou que possuem vínculos com a Companhia de Jesus utilizam os quatro “C’s”para explicar a visão de formação integral da pessoa huma- na. Estas quatro palavras sintetizam o verdadeiro sentido da excelência. Tal como falou o padre Kolvenbach (1996), trata-se do desenvolvimento má- ximo dos dons e capacidades que cada pessoa é dotada, colocando-se no melhor serviço aos demais. O padre Adolfo Nicolás (2013) retomou a fala dos seus antecessores. Afirmou o significado dos quatro “C’s” e de sua contribuição à visão de excelência humana que devem ter os colégios e escolas pertencentes ou vin- culados à Companhia de Jesus:

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