Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2

A concepção inaciana de formação integral enquanto possibilidade de educar na perspectiva... 59 A concepção de educação integral que está associada à formação inte- gral na perspectiva jesuíta leva o sujeito para o centro dos processos educa- cionais, acentuando-se a centralidade e o protagonismo do aluno. Ao mes- mo tempo, mostra-se uma concepção de pessoa humana fundamentada na ideia filosófica de ser humano integral, destacando a necessidade de desen- volver integralmente as suas faculdades (ética, espiritual, cognitiva, afetiva, comunicativa, estética, corporal e sociopolítica), ou seja, a sua multidimen- sionalidade. Desta forma, a tarefa prioritária da educação é a formação do homem todo, ou seja, compreendido em sua totalidade. Na compreensão do homem como ser multidimensional, a educação necessita responder a uma multiplicidade de exigências do próprio indiví- duo e do contexto em que vive. Desta forma, a formação integral necessita ter objetivos que construam relações na direção do aperfeiçoamento huma- no. Ao colocar o desenvolvimento humano como horizonte, esta concepção aponta para a necessidade de realização das potencialidades de cada indiví- duo, na perspectiva de que ele evolua plenamente com a conjugação de suas capacidades, conectando as suas diversas dimensões. Essa perspectiva humanista da educação como formação integral sina- liza para relações educativas em que também o educador se desenvolve ple- namente, compreendendo e dando significado ao processo educativo como condição para a ampliação do desenvolvimento humano de seus educandos. Isso favorece uma prática pedagógica compreensiva da integralidade do ser humano, de suas múltiplas relações, dimensões e saberes, reconhecendo-o em sua singularidade e universalidade. Quando falamos do substantivo “formação” estamos afirmando que se busca desenvolver e orientar claramente as diferentes dimensões e poten- cialidades que possuímos, anteriormente citadas. Quando a este substantivo acrescentamos o adjetivo “integral” é para dizer que este desenvolvimento abarca a totalidade do ser humano. Na concepção jesuíta, não há educação sem formação e orientação, pois sempre se educa se formando para algo, com um fim, um propósito, uma intencionalidade. Nesta concepção não há assepsia, não há neutralida- de, por isso, se “forma”, se “dá forma”, moldando-se em uma cultura, uma sociedade, em um determinado contexto. Poderíamos formar para que as pessoas simplesmente se adaptassem ou se amoldassem ao modelo social vigente. Nas instituições educacionais da Companhia de Jesus não se educa formando para reproduzir o status quo, mas para fazer com que as pessoas

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