Ecologia Integral: abordagens (im)pertinentes - volume 2

Marilia Verissimo Veronese 44 Trabalho e Emprego, resolvem: I – propor e estabelecer mecanismos de articulação entre as ações das políticas de saúde mental e economia solidária ; II – elaborar e propor agenda de atividades de parceria en- tre as duas políticas ; III – realizar mapeamento das experiências de ge- ração de renda e trabalho, cooperativas, bolsa-trabalho e inclusão social pelo trabalho, realizadas no âmbito do processo de reforma psiquiátrica; IV – propor mecanismos de apoio financeiro para as experiências de geração de renda e trabalho ; V – propor atividades de formação, capacitação e produção de conhecimento na interface saúde mental e economia solidária, bem como do marco jurídico adequado; VI – estabelecer condições para a criação de uma Rede Brasileira de Saúde Mental e Economia Solidária ; e VII – propor mecanismos de parce- ria interinstitucional, no âmbito nacional e internacional (BRASIL, 2005, grifos nossos). A partir daí, iniciou um movimento para incentivar e fortalecer as cooperativas, associações e grupos de produção que já existiam no âmbito do SUS, além da criação de novos empreendimentos. O Coordenador-geral de Saúde Mental à época, Pedro Gabriel Delgado, e o Secretário Nacional de Economia Solidária, Paul Singer, encaminharam três propostas-síntese do GT: 1. Criação e consolidação da Rede Nacional de Experiências de Ge- ração de Renda e Trabalho em Saúde Mental; 2. Criação de um mecanismo de articulação entre a Área Técnica de Saúde Mental e a Secretaria Nacional de Economia Solidária e suas respectivas políticas; 3. Criação e manutenção de incubadoras que apoiem, capacitem e fomentem iniciativas de Geração de Renda e Trabalho em Saúde Mental. Para Andrade (2013), no contexto da articulação entre saúde mental e economia solidária, pode-se observar a existência da centralidade do tra- balho, sendo este um meio de interlocução entre as duas políticas públicas, embora outros elementos estejam presentes conforme o segmento de atua- ção do grupo, como o binômio arte-cultura, por exemplo. Complementa a autora (ANDRADE, 2013, p. 189): Esse tipo de trabalho, portanto, pressupõe outra contratualidade so- cial, diferente da estabelecida pelo trabalho no formato do emprego, o que implica a participação dos envolvidos nos processos decisórios e de gestão, sendo que, para isso, é preciso expressar-se, argumentar, dia- logar e posicionar-se, na tentativa de busca do consenso e da atividade política da negociação, ou seja, é preciso experimentar o princípio da autogestão.

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